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Eudóxia de Barros

Eudóxia de Barros – Brasileira em primeiro lugar

Eudóxia de Barros

Dona de um extenso e premiado currículo, e agraciada com quase uma centena de dedicatórias dos mais destacados compositores eruditos brasileiros, Eudóxia de Barros destaca-se no cenário musical sobretudo por ter abandonado uma cômoda e promissora carreira internacional para dedicar-se e levar a música a todos os rincões do País, tal como legítima bandeirante paulista. Conheça um pouco sobre a vida de Eudóxia a seguir.

Sobre a vida de Eudóxia de Barros

Eudóxia de Barros

Natural de São Paulo, Eudóxia nasceu em 18 de setembro de 1937 e iniciou seus estudos de piano aos 6 anos com a professora Mathilde Frediani. Aos 7, realizou seu primeiro concerto e, em seguida, passou a ter aulas com Karl Heim e Nellie Braga, antes de ingressar no Instituto Musical de São Paulo, onde se diplomou aos 14 anos. Em 1953, aos 16, tocou – em primeira audição no Brasil – o “Concerto nº 1“, de Villa-Lobos, como uma das vencedoras para solista da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Eleazar de Carvalho.

Aluna de Magda Tagliaferro e seus assistentes em São Paulo (Nellie Braga, Lina Pires de Campos, Daisy de Lucca e Olivier Bernard), entre 1954 e 1957, viajou posteriormente para a França por intermédio de sua professora, obtendo uma bolsa do Ministério da Educação. Lá, além da própria Magda Tagliaferro, teve aulas com o russo Pierre Kostanoff e os franceses Lazare Lévy (1882-1964), Pierre Sancan (1916-2008) e Cristiane Sénart (1916-2010).

Voltou ao Brasil em 1959 e passou a estudar com Guilherme Fontainha (1887-1970), além de fazer cursos de composição, harmonia e contraponto com Camargo Guarnieri e Osvaldo Lacerda. Na década de 1960, foi professora no Conservatório Santa Cecília, de Santos (SP) e do Conservatório Jesus Maria José, em Franca (SP). A partir de então passou a divulgar com ainda mais ênfase a música erudita brasileira, dedicando recitais a compositores como Camargo Guarnieri (1907-1993), Lorenzo Fernandez (1897-1948) e Villa-Lobos. Em 1963, por ocasião dos 100 anos de nascimento de Ernesto Nazareth (1863-1934), gravou Ouro Sobre Azul, LP com músicas desse compositor, cuja vendagem lhe rendeu um disco de ouro.

Em 1965, viajou para os Estados Unidos, onde estudou com Olegna Fuschi e Howard Aibel. Nesse período, foi catedrática de piano na Escola de Artes da Carolina do Norte e conquistou o primeiro lugar no concurso para solistas da Orquestra Sinfônica da Carolina do Norte, que lhe rendeu uma turnê por várias cidades norte-americanas; também foi solista da Cleveland Philharmonic Orchestra. Apresentou-se na National Galery of Art (1967), em Washington D.C., no Town Hall (1967) e no Carnegie Hall (1969), ambos em Nova York. Entre 1969 e 1970, estudou com Walter Blankenheim (1926-2007), na Alemanha. De volta ao Brasil, lecionou no Conservatório Dr. Carlos de Campos, em Tatuí (SP), e no Conservatório Maestro Julião, em Presidente Prudente (SP).

Eudóxia de Barros

Em 1976, participou de um programa de perguntas na televisão, respondendo sobre Ernesto Nazareth. Desde então, iniciou a prática de concertos didáticos, apresentando cada música e compositor, de maneira sucinta, antes da execução. Três anos mais tarde, publicou o livro “Técnica pianística: apontamentos sugeridos pela prática no magistério e concertos”, pela editora Ricordi do Brasil.

Em 1982, Eudóxia de Barros casou-se com o compositor Osvaldo Lacerda (1927-2011), que lhe dedicou várias peças, entre elas Cromos para piano e orquestra, que ela apresentou várias vezes no Brasil.

O casal fundou, em 1984, o Centro de Música Brasileira, sociedade civil que organiza concertos e concursos voltados à divulgação da música erudita brasileira. Em 1989, Eudóxia foi eleita para a Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira n° 14, cujo patrono é Elias Álvares Lobo (1834-1901). Em 1995, recebeu o Prêmio Nacional de Música da Funarte, na categoria intérprete.

Obras de Eudóxia de Barros

Eudóxia de Barros

Eudóxia de Barros é uma das mais reconhecidas pianistas do Brasil. Seu traço distintivo é a dedicação à música brasileira, a qual sempre procura incluir em seus recitais lado a lado com o repertório erudito europeu.

Desde criança deu especial atenção ao estudo de compositores brasileiros, tendo como missão influenciar o meio artístico nacional.  Graças à sua devoção, quase uma centena de músicas de compositores brasileiros foram dedicadas a ela. Além disso, tem contribuído para divulgar a obra musical de seu marido, o falecido professor Osvaldo Lacerda e vem percorrendo todo o Brasil com seus concertos didáticos.

Ao longo da carreira, já gravou 31 LPs, 14 CDs e 1 DVD e realizou recitais pelo Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. O primeiro disco que gravou, Eudóxia de Barros Apresenta Jovens Compositores Paulistas (1962), é constituído por obras dos discípulos de Camargo Guarnieri, compositor que segue as ideias de Mário de Andrade, segundo as quais a música erudita brasileira deve adaptar a música folclórica à técnica europeia do contraponto.

Em 1964, gravou um álbum dedicado à obra do compositor paulista Alexandre Levy (1864-1892), por ocasião do centenário de seu nascimento. O disco O Despertar da Montanha, de 1969, foi inteiramente dedicado ao compositor carioca Eduardo Souto (1882-1942).

Em Brasileiríssimo, de 1983, a pianista reuniu obras de Osvaldo Lacerda e peças de compositores como Nazareth e Souto, além de Lina Pesce (1913-1995), Waldir Azevedo (1923-1980) e Zequinha de Abreu (1880-1935), a quem ela dedicou um CD em 2002. Também gravou Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Marcelo Tupinambá (1889-1953), presentes no CD Lua Branca,  de 1999. Eudóxia de Barros é, atualmente, presidente do Centro de Música Brasileira e realiza recitais por todo o Brasil. Certamente, uma grande lenda que vive entre nós.

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