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Beethoven

Beethoven – o gênio indomado

Não há estudante de piano que não conheça ou queira tocar “Pour Elise”, uma das mais populares obras do alemão Ludwig van Beethoven. Utilizada em muitas ocasiões, desde desenhos animados até propagandas, de jogos a demonstrações de pianos digitais, passando por esperas telefônicas, a peça foi composta entre os anos 1808 e 1810, em homenagem a uma jovem a quem propôs casamento, chamada Therese Malfatti.

Beethoven

O fato é que essa é apenas uma das muitas obras compostas por esse que é considerado o maior gênio da música em todos os tempos.

Ludwig van Beethoven nasceu em 17 de dezembro de 1770, na cidade de Bonn, Reino da Prússia, atual Alemanha. Sua família era de origem holandesa, e seu sobrenome significava “canteiro de rabanetes”, além de ser o nome de uma aldeia naquele país, onde a partícula “van” também é bastante comum.

Seu avô, belga, descendia de artistas, pintores e escultores, era músico e foi nomeado regente da Capela Arquiepiscopal na corte da cidade de Colônia. Seu filho, Johann, pai de Ludwig, o seguiu na carreira, mas sem o mesmo êxito. Foi dele, no entanto, que o pequeno Ludwig recebeu as primeiras lições de música.

Sempre demonstrou talento excepcional e, aos oito anos de idade, iniciou suas aulas com Christian Gottlob Neefe (1748-1798), o melhor professor de cravo da cidade de Colônia, de quem obteve formação musical sistemática e conhecimento dos grandes compositores alemães. Aos dez anos, dominava todo o repertório de Bach e foi apresentado como um “novo Mozart”.

Sua carreira de compositor se iniciou muito cedo, aos onze anos, quando compôs suas primeiras peças, entre elas algumas canções. Por volta de 1784, já era organista-assistente da Capela Eleitoral, e pouco tempo depois, foi violoncelista na orquestra da corte e professor, assumindo a chefia da família, pelo fato de seu pai ter se entregado ao alcoolismo.

Conheceu então o jovem Conde Waldstein, a quem mais tarde dedicou algumas das suas obras, que, percebendo seu talento, enviou-o, em 1787, para Viena, a fim de estudar com Joseph Haydn, tendo seus estudos subsidiados por Maximiliano, Arquiduque da Áustria. Em duas semanas, no entanto, Beethoven voltou para Bonn, por conta da morte de sua mãe.

Ali, se interessou pela literatura e começou a frequentar cursos, como forma de compensar sua falta de estudos formais. Foi quando teve contato com as ideias da Revolução Francesa e a literatura pré-romântica alemã de Goethe e Schiller, cujos ideais se tornariam fundamentais em sua arte.

Com 21 anos de idade, em 1792, Ludwig van Beethoven mudou-se definitivamente para Viena e foi aceito novamente como aluno por Joseph Haydn, com quem manteve contato desde sua primeira estadia na cidade.

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Monumento de Beethoven na praça de Beethovenplatz em Viena, Áustria

A fim de complementar seus estudos, teve aulas com Antonio Salieri e Albrechtsberger, que era maestro de capela na Catedral de Santo Estêvão. Tornou-se, então, um virtuose ao piano e iniciou a publicação de suas composições. São dessa época suas suas primeiras obras-primas, as três sonatas para piano Op. 2, em que já fazia transparecer sua forte personalidade.

Por volta de 1796, quando Beethoven contava com 26 anos de idade, surgiram os primeiros sintomas de surdez: uma congestão dos centros auditivos internos foi diagnosticada.

Embora tenha feito muitas tentativas para se tratar, durante os anos seguintes a doença continuou progredindo, o que o acometeu de uma profunda crise depressiva, que o fez pensar em suicídio. No entanto, Beethoven não parou de compor. Entre 1796 e 1798, publicou algumas das 32 sonatas para piano que fazem parte do repertório de todos os grandes pianistas, as de Opus 7 e 10.

Em 1800, estreou sua primeira sinfonia, mas, insatisfeito com a obra, decide tomar um novo caminho em sua obra. Dois anos mais tarde, iniciou os trabalhos da Sinfonia Eroica (dedicada a Napoleão, mas com a dedicatória rabiscada pelo próprio compositor até se rasgar quando Bonaparte se coroou Imperador), apresentada em 1804, considerada o marco de início do período Romântico na música erudita.

Se seguiram outras obras-primas: a Sonata para Piano Op.53 (Waldstein), a Sonata para Piano Op.57 (Appassionata), o Concerto para Piano nº 4 Op.58, a famosa Sinfonia nº 5 Op.67, e a Sinfonia nº 6 Op.68 (Pastoral), culminando com o Concerto para Piano nº 5 Op.73, intitulado Imperador, em 1809.

Beethoven nunca se casou e sua vida sentimental foi uma sucessão de insucessos e de sentimentos não-correspondidos. Por volta de 1812, a surdez, as decepções amorosas e a luta na justiça pela tutela de seu sobrinho levaram-no a uma crise, o que fez que escrevesse poucas obras importantes durante esse período.

Retomou a atividade com vigor a partir de 1818, quando surgiram algumas de suas maiores obras: a Sonata nº 29 Op.106 (Hammerklavier), a Sonata nº 30 Op.109, a Sonata nº 31 Op.110, a Sonata nº 32 Op.111 (a última das sonatas para piano) e as Variações Diabelli, Op.120, além daquela que foi sua obra-prima, a Sinfonia nº 9, Op.125, chamada Ode à Alegria, em que, pela primeira vez, foi inserido um coral em um movimento de sinfonia, cujo texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller.

Os anos finais da vida de Beethoven foram dedicados quase exclusivamente à composição de Quartetos para Cordas, formato em que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras.

Beethoven morreu em 26 de março de 1827 e em seu funeral, realizado três dias depois, compareceram mais de 20 mil cidadãos vienenses. Seus restos mortais foram enterrados no cemitério Währing, a noroeste de Viena, e exumados para estudo em 1862. Em 1888, foram transferidos Cemitério Central de Viena.

A obra de Beethoven

Beethoven
Monumento de Beethoven – Bonn, Alemanha

Beethoven é reconhecido como o grande elemento de transição entre o Classicismo e o Romantismo na música erudita. Considerado o maior e o mais influente compositor da música clássica universal, compôs cerca de 200 peças, que se caracterizam por serem românticas, subjetivas e eivadas de extremos.

Sua obra costuma ser dividida em três fases. A primeira incluiria as obras escritas entre em 1792, a mudança para Viena, e 1800, quando alcança a fama de brilhante improvisador ao piano. A segunda corresponderia ao período entre 1800 e 1814, marcado pela surdez e pelas decepções amorosas. A última fase iria de 1814 a 1827, quando fica praticamente surdo e passa a escrever obras monumentais, como a Nona Sinfonia e a “Missa Solene”, e peças de carácter mais abstrato, como os últimos quartetos de cordas.

Por seu caráter introspectivo agravado pela surdez, seu inconformismo em relação aos padrões estabelecidos – tanto na composição quanto ao papel subserviente dos músicos da época – e sua profunda paixão pela música, a quem credita sua salvação no período de desespero, Beethoven cunhou a imagem do gênio incompreendido, afastado da sociedade e avesso a todo tipo de bajulações.

Beethoven deixou um legado inestimável que inclui 32 sonatas e cinco concertos para piano, um “Concerto Tríplice” para piano, violino, violoncelo e orquestra, 1 septeto de cordas com piano, dez sonatas para violino e piano, cinco sonatas para violoncelo e piano, doze trios para piano, violino e violoncelo, “Bagatelas” (Klenigkeiten) para piano, entre as quais a famosíssima “Für Elise”, “Fantasia Coral”, Opus 80 para coro, piano e orquestra e nove sinfonias.

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