Como ter agilidade nas teclas? A pergunta não é inédita, nem rara, pois, de cada dez pianistas, pelo menos oito deles desejam tocar com mais velocidade, mas não conhecem as técnicas e os mecanismos que colaboram para isso.
Que não se engane quem acredita que um campeão de atletismo se forma apenas correndo ou saltando. Na realidade, são necessários vários tipos de técnicas, que incluem desde musculação à fisioterapia, incluindo exercícios aeróbicos e anaeróbicos e, até mesmo, terapia psicológica, além de muita repetição. O que isso tem a ver com a agilidade ao piano?
Tudo!
Da mesma forma que um atleta precisa se preparar para seu desafio – atingir a maior velocidade em uma corrida, por exemplo -, um pianista deve se preparar para executar passagens musicais, pois elas exigem esforço muscular (os dedos são controlados por músculos), precisão e controle, tudo isso orientado por um conceito artístico que rege como cada movimento deve ser realizado. Difícil de acreditar? Pois é a pura verdade.
A crença de que se deve estudar oito horas por dia durante nove anos para se tornar um pianista tem seu fundo de verdade. Afinal, quanto mais tempo uma pessoa pratica qualquer atividade, melhor será sua performance nela. Mas não é necessário tanto estudo para quem quer se realizar tocando algumas peças ao piano e deseja fazer isso da melhor forma possível. O que frequentemente ocorre, porém, é que algumas peças exigem mais do que o pianista ou estudante consegue realizar.
Nesses momentos, a primeira ideia que vem à mente é: “preciso de mais agilidade”. Então, é hora de trabalhar para consegui-la! O cérebro e o ouvido, então, devem trabalhar tanto quanto os dedos.
Piano: conheça o método Hanon
Um dos mais utilizados métodos de desenvolvimento de técnica e consequente aquisição de agilidade é o famoso Hanon – O Pianista Virtuoso. Para quem deseja aprimorar suas interpretações ou conseguir tocar “aquele” solo, vale a pena dedicar alguns minutos de seu tempo ao estudo das fórmulas apresentadas ali.
Simples, os desenhos de cada exercício trabalham os dedos em sequências lógicas que se repetirão no infindável repertório do piano erudito ou popular.
O método completo pode ser baixado gratuitamente no site Hanon Online e o estudo deve ser realizado de forma progressiva: não se deve pular exercícios ou passar para o seguinte antes de o anterior ter sido dominado.
Alguns cuidados devem ser tomados para que o estudo seja produtivo e não crie problemas de tensão muscular excessiva ou postura das mãos. A qualquer sinal de dor, em qualquer parte do corpo, pare. A dor é sinal de que algo está errado, seja postura, posição das mãos e dos dedos ou excesso de força. Procure ajuda nesses casos!
Seguem algumas orientações que devem ser seguidas para cada exercício proposto:
- Sempre toque com as mãos arredondadas e evite que o 5º dedo “deite” sobre as teclas. Todos os dedos devem tocar as teclas com a polpa, com exceção do polegar, que trabalha lateralmente. Evite também que o pulso descanse sobre a régua inferior do teclado;
- Leia o exercício lentamente, verificando a mecânica da fórmula proposta (qual dedo vem depois de qual dedo?). Se preciso for, estude as mãos separadamente;
- Utilize um metrônomo para o estudo. Inicie em 60 BPM e pratique até que se sinta confortável e todas as notas estejam sendo tocadas de maneira homogênea por todos os dedos;
- Aumente a velocidade do metrônomo para 68 BPM e repita o processo. Quando estiver seguro, aumente gradativamente a velocidade do metrônomo, de 4 em 4 BPM (92, 96, 100, 104 etc.) a cada execução. Se não conseguir realizar o exercício em determinada velocidade – seja por dor, cansaço ou erros de dedilhado -, pare e descanse. Toque uma música mais leve, ou algo que já domine, e retome o exercício no dia seguinte, descansado, iniciando o processo novamente, no mesmo exercício, a partir de 60 BPM. Se as orientações foram seguidas corretamente, o estudante notará que conseguirá, a cada dia, atingir maiores velocidades, sem dor ou cansaço. Mas lembre-se: para correr uma maratona, um atleta deve começar com o primeiro passo até que consiga completar o percurso. Não vale começar do quilômetro 40!
Ao dominar o exercício e atingir velocidades expressivas (que tal 128 BPM?), passe para o seguinte e repita todo o processo. Com certeza, paulatinamente, sua agilidade ao piano aumentará de maneira considerável, assim como a precisão, sem esforço físico desnecessário ou dor. Bom estudo!
Com toda certeza! Sempre utilizei o Hanon nos meus estudos, isso faz toda diferençá!
Olá Lucia,
O seu depoimento é muito importante e serve de estímulo para os leitores. Abs
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Mto importante ter lido este artigo.
Mandei dar um um “ajuste ” ao meu piano q ainda não ficou pronto e depois pretendo recomeçar …do ZERO ..e não do km 40 !
Utilizarei sim meu velho e estimado Hannon ….de tantos anos .Obrigada!
Artigo maravilhoso e estimulador !