O metrônomo é um tipo de relógio que, por meio de pulsos de duração regular, marca o andamento musical, a “velocidade” em que um trecho musical é executado. Geralmente pode ser encontrado sobre pianos de estudantes e profissionais, seja em sua forma mais tradicional, trapezoidal, ou em formas menos convencionais, como os eletrônicos e, até mesmo, em softwares ou embutidos entre os recursos de equipamentos digitais, além de vídeos.
Mas, qual a importância desse equipamento?
Naturalmente, ao se deparar com passagens de execução mais difícil ou menos estudadas, a tendência do músico é a de ralentar o andamento, tocando cada vez mais devagar. O contrário também ocorre: há músicos com propensão a acelerar o andamento, tocando mais rápido que o necessário e o indicado.
O estudo e o uso frequente do metrônomo criam no estudante o hábito de manter o andamento musical, além de auxiliá-lo, ao fixar um objetivo em termos de velocidade, a desenvolver sua técnica por meio do balizamento da execução.
Mas não é apenas no momento do estudo que essa ferramenta é eficaz e importante.
Com a complexidade cada vez maior das obras dos grandes compositores, aliada à exigência deles pela interpretação mais precisa de suas ideias musicais, a indicação metronômica passou a ser utilizada mais frequentemente, como forma de indicação das intenções do autor. E atualmente, para facilitar o processo de gravação e a edição dos takes registrados, grande parte dos trabalhos em estúdio é feita com o auxílio do metrônomo, tanto para bandas de todos os gêneros quanto, obviamente, na música eletrônica.
Metrônomo: História e funcionamento
O primeiro modelo de metrônomo foi criado em 1812 pelo relojoeiro holandês Dietrich Nikolaus Winkel. Quatro anos depois, o austríaco Johann Malzer baseou-se no produto criado pelo colega, fez diversas modificações e o patenteou. Ludwig van Beethoven parece ter sido o primeiro compositor a indicar marcas de metrônomo em suas partituras, em 1817. Apesar disso, as indicações de andamentos extremamente rápidos que o compositor colocou em algumas peças levaram alguns estudiosos modernos a acreditar que o metrônomo que ele utilizava fosse muito impreciso.
Os valores indicados pelo metrônomo se referem ao número de batidas por minuto produzidas pelo equipamento (bpm). Os aparelhos tradicionais fazem marcações entre 40 e 240 bpm, e é costume subdividir essa gama em diversas faixas, chamadas de andamentos. Antes da invenção desse equipamento, a orientação do compositor a respeito do caráter e da velocidade da obra era feita por meio de termos, geralmente em italiano, como Allegro, Andante, Lento e outros. Ao padronizar o significado desses termos para uma marcação metronômica, os valores aproximados obtidos foram:
Grave 40 a 43
Largo 44 a 47
Larghetto 48 a 51
Adagio 52 a 54
Andante 55 a 65
Andantino 66 a 69
Moderato 70 a 95
Allegretto 96 a 112
Allegro 113 a 120
Vivace 121 a 140
Presto 141 a 175
Prestissimo 176 a 208
O andamento é indicado pelo compositor no início da partitura ou do trecho musical e toda vez que uma alteração é necessária. Geralmente, é indicada a figura a ser considerada e o número BPM.
O exemplo acima indica que a peça musical deve ser executada à velocidade de 120 semínimas por minuto.
No metrônomo mecânico, um mecanismo à corda, semelhante ao de um relógio despertador, utiliza uma haste metálica com um peso deslizante para ajuste da velocidade. Quanto mais próximo o peso está do eixo, mais rápido é o período do pêndulo. Quanto mais longe, mais lento. Um mecanismo interno produz um som a cada pulsação do pêndulo, e cada oscilação corresponde a um tempo do compasso.
Existem, também, metrônomos eletrônicos, em que cada pulsação é indicada pelo piscar de um LED ou por um som eletrônico e muitas outras funções podem ser incorporadas, como a escolha dos sons das batidas ou, até mesmo, a contagem de tempos.