As primeiras tentativas de desenvolvimento de uma notação musical no ocidente surgiram ainda na época do cantochão ou canto gregoriano, por volta do século VIII, em que os corais religiosos, que aprendiam as melodias e as repetiam à exaustão, sentiram a necessidade de certo tipo de escrita que registrasse a obra, sem os inconvenientes da tradição oral, como pequenas alterações que, ao longo do tempo, se incorporavam às músicas ou o próprio esquecimento.
Surgiu, então, o sistema de neumas (sinais, em latim), formado por pontos e traços colocados sobre o texto. Embora muito útil como auxiliar para a memória, esse sistema não era preciso, pois nem as alturas nem as durações das notas eram especificadas.
A adição de uma linha horizontal que representava uma determinada nota, sobre e sob a qual os neumas eram colocados, representou um grande passo na busca pela precisão. Aos poucos, outras linhas foram adicionadas, de forma que as alturas passaram a ser representadas.
Por volta do século X, foram introduzidas diferentes formas para representar as durações, sistema que ainda se desenvolveu por muitos séculos e ainda hoje sofre alterações.
O monge beneditino Guido d’Arezzo foi um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento da notação musical. As inovações implementadas por ele para o ensino de seus alunos vão desde os atuais nomes das notas no sistema italiano (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si) à notação absoluta das alturas, em que cada nota ocupa uma posição na pauta de acordo com a clave utilizada.
Depois dele, fixou-se o sistema utilizado atualmente, com pautas de cinco linhas e notas de diferentes formatos posicionadas sobre linhas e espaços. Graças a esse sistema, foi possível registrar as criações de grandes compositores, cada vez mais complexas e difíceis de serem memorizadas, e universalizar sua divulgação.
Partitura de piano X Ouvido
Como o piano é o instrumento musical que pode reproduzir a maior gama de notas – chamada tessitura – desde a mais grave até a mais aguda, uma pauta apenas não seria suficiente para escrevê-las todas. Por isso, adotou-se o sistema de pauta dupla, em que a mão direita, normalmente, toca as notas da pauta de cima, escritas em Clave de Sol, e a esquerda as notas da de baixo, escritas em Clave de Fá.
Isso pode parecer confuso à primeira vista, mas as duas pautas nada mais são que continuação uma da outra.
Sendo assim, torna-se fácil ler uma partitura de piano desde o começo do aprendizado, começando pelo Dó central – a nota que está entre as duas pautas – e aumentando a quantidade de notas paulatinamente, de acordo com o progresso do aluno, de modo a conseguir ler todas com facilidade.
Há muito tempo existe a discussão entre músicos e professores sobre a real utilidade de saber ler música ou se o músico deve tocar baseando-se apenas no sentido auditivo, desenvolvendo essa característica até a perfeição.
Sabe-se que os grandes compositores do passado possuíam ouvidos muito bem desenvolvidos e memórias prodigiosas, o que, certamente, auxiliava o trabalho deles. Mas muito cedo se percebeu que nem todos os estudantes e músicos – vários com muito talento – possuíam esses dons na quantidade desejada.
Uma grande parte dos educadores defende a ideia que, do mesmo modo que primeiramente se aprende a falar para depois se aprender a ler e escrever, a leitura das notas não deve se sobrepor ao ouvido, mas auxiliá-lo na compreensão do discurso musical e na escrita dos diferentes aspectos técnicos e interpretativos.
Sem dúvida, o desenvolvimento de ambas as habilidades, a leitura de partituras e o uso do ouvido, levará o estudante a se aprimorar mais rapidamente e a dominar seu instrumento com maior facilidade.
Excelente matéria! Parabéns Fritz Dobbert pelos espetaculares pianos fabricados no Brasil desde 1950 até hoje. Sou professor de piano erudito e popular. Se alguém se interessar pode entrar em contato pelo (11) 993166474. Resido em Sao Paulo. E atendo a domicilio ou em minha residência. Bons estudos!
Fabio
Olá Fabio,
Obrigado pelas palavras e consideração.
Abraço,
Excelente matéria…sem dúvidas a leitura é primordial…sou técnico em pianos a mais de 20 anos…sigo uma profissão maravilhosa herdado de pai. Parabéns Fritz Dobbert…
Miranda pianos 31 99195-0170
mirandapianosbh@gmail.com
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