Todos sabemos reconhecer um piano de longe, mas, será que sabemos por que suas teclas são pretas e brancas? Cada detalhe de um piano tem um significado ou uma história por trás. No artigo de hoje você conhecerá o porquê das teclas serem dessa cor.
A imagem tradicional do piano é bem conhecida: um grande móvel com uma lateral reta e outra sinuosa; uma tampa que, quando aberta, se projeta para o alto; três pedais dourados; e teclas brancas e pretas. As teclas, por sinal, são um ícone tão forte que o desenho de poucas delas é o suficiente para representar o instrumento todo.
Mas as teclas não receberam a forma – e as cores – que têm hoje em uma única oportunidade: muitos foram os desenvolvimentos realizados até o formato atual e a disposição adaptada às necessidades do sistema temperado e à virtuosidade dos músicos.
Os primeiros teclados foram derivados de um antigo órgão hidráulico grego, chamado Hydraulis, que possuía um grupo uniforme de sete alavancas que o músico empurrava para produzir os sons.
A partir do momento em que os músicos começaram a utilizar outros sons, iniciando pelo Si bemol, foi necessário diferenciar as alavancas originais das que produziam sons alterados, e isso foi feito por meio de cores e formatos, além da posição.
Com a evolução desse instrumento, as alavancas passaram a corresponder às notas chamadas naturais, notadas como A, B, C, D, E, F e G (Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá e Sol, respectivamente).
As teclas brancas
Com o desenvolvimento dos instrumentos, o aumento do número de sons que podiam produzir e a disseminação de seu uso, as teclas passaram a ser mais exigidas e presentes. Originalmente eram confeccionadas em madeira e, para facilitar a localização das notas e sua visualização, as teclas dos sons naturais e as dos alterados tinham cores contrastantes. Também se percebeu que as teclas necessitavam de algum tipo de cobertura, ao mesmo tempo resistente, leve e visualmente agradável.
Até o século 17, eram comuns teclados “invertidos” – com as notas naturais em cores mais escuras e as alteradas mais claras -, mas com o desenvolvimento da técnica e a exigência cada vez maior de virtuosismo, era necessário que o músico visualizasse rapidamente a posição das notas no teclado. Isso foi alcançado utilizando a cor branca, que se destaca em qualquer quantidade de luz, para as teclas naturais, e a cor preta para as notas alteradas, teoricamente menos usadas e que passaram a servir de referência, combinação de contraste perfeita.
Entre os muitos materiais utilizados para recobrir as teclas brancas, o mais comum foi o marfim, matéria-prima branca-leitosa retirada das presas dos elefantes. As teclas pretas, por sua vez, não tão tocadas, eram recobertas de madeira escura, como pinheiro-alvar, abeto ou ébano.
Por causa de sua origem, esses materiais foram aos poucos sendo substituídos por outros, mais acessíveis, resistentes e menos danosos ao meio ambiente. A união “ébano-marfim” teve seu fim decretado.
O revestimento plástico das teclas foi introduzido por volta de 1929, graças ao desenvolvimento da tecnologia desse material. Atualmente, as teclas são construídas de madeira maciça e revestidas com materiais de resposta igual, se não superior, ao marfim e ao ébano em termos de toque e capacidade de resposta.
A maioria dos pianos é fabricado com acrílico nas teclas brancas e poliestireno nas teclas pretas, simulando propriedades dos componentes orgânicos, como textura, porosidade e até mesmo aparência. Alguns tipos de plástico imitam muito bem o marfim, até mesmo com “veias” na superfície, o chamado marfim sintético.
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Na verdade, elas poderão ser de qualquer cor, desde que obedeçam às normas convencionais, cuja única razão de ser é o reconhecimento das notas, o que seria impossível se todas fossem da mesma cor.
Muito bom começar a entender a origem do significado das peças de um piano. Obrigada.