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Pianista Gabriel Fauré

Gabriel Fauré, refinamento e suavidade para piano

Pianista Gabriel Fauré

Compositor, pianista, organista e professor, Gabriel Fauré foi um dos mais proeminentes compositores franceses da sua geração e seu estilo musical influenciou muitos compositores do século 20.

Nascido Gabriel Urbain Fauré a 12 de maio de 1845, em Pamiers, na França, filho de família modesta, porém culta, demonstrou notáveis aptidões para a música muito novo, tanto que, aos 8 anos, sem auxílio de qualquer professor, já improvisava no harmônio da igreja de Montgauzy.

 

Estudo de piano

Quando o compositor e professor suíço Louis Niedermeyer ouviu o menino, imediatamente o aceitou como aluno, e Fauré frequentou a escola de música religiosa fundada por ele em Paris entre 1854 e 1865, com a intenção de conseguir um emprego agradável e seguro como organista de igreja e mestre-de-coro.

Ali, estudou piano com o dinâmico compositor Camille Saint-Saëns, que o apresentou à música de Franz Liszt e Richard Wagner e o encorajou a colocar a caneta no papel e compor. Fauré não tinha intenção de se tornar compositor, mas escreveu sua primeira música, “Le papillon et la fleur”, no refeitório da escola, aos 16 anos. Ainda estudante, compôs sua primeira obra para piano, “Trois romances sans paroles”, em 1863.

Depois de se formar, em 1865, começou a trabalhar como organista e professor de piano. No ano seguinte, passou a exercer as funções de organista da Basílica de São Salvador, em Rennes. Depois, se estabelecendo em Paris, foi organista na Igreja de Nossa Senhora de Clignancourt e, posteriormente, na Igreja de Saint-Honnoré d’Eylan.

Gabriel Fauré Compositor

 

Guerra e Sociedade Nacional de Música

Quando eclodiu a guerra entre a França e a Prússia, em 1870, se alistou no exército, sendo condecorado, mas sua experiência o deixou abalado e horrorizado. Retornou a Paris após o colapso do governo da Comuna, de curta duração.

Com os compositores e amigos César Franck, Camille Saint-Saëns, Jules Massenet, Georges Bizet, Emmanuel Chabrier e outros, fundou a Sociedade Nacional de Música, em 1871, que tinha como objetivo promover a nova música francesa.

Em 1874, graças à ajuda de Saint-Saëns assumiu o posto de organista na Igreja de Saint-Suplice, sob orientação do organista Charles-Marie Widor. Conta a lenda que, durante alguns cultos, os dois improvisavam simultaneamente nos dois órgãos da igreja, tentando se surpreender com mudanças repentinas de tom.

Em janeiro de 1877, Fauré – aos 31 anos – teve sua primeira sonata para violino apresentada em um concerto da Sociedade Nacional de Música, com grande sucesso. Isso marcou uma virada em sua carreira de compositor. A partir de então, muitas de suas obras foram apresentadas pela primeira vez nos concertos da Sociedade.

As peças para piano (improvisos, Noturnos, Barcarolas etc.) – que dotavam a música francesa de obras que ela há muito desconhecia – iam se sucedendo, acompanhadas pelas melodias admiráveis, que implantavam na França um gênero que faria continuidade à tradição de Franz Schubert e Robert Schumann.

 

Casamento e Composições

A partir daí, Fauré ocupou o cargo de professor na escola Niedermeyer e, no ano seguinte, fez viagens ao exterior para assistir às óperas de Wagner – incluindo o Ciclo do Anel completo em Munique e em Londres, e Die Meistersinger e Parsifal em Bayreuth. Fauré admirava Wagner e tinha um conhecimento detalhado de sua música, mas foi um dos poucos compositores de sua geração não influenciado musicalmente por ele.

Em 1883, Fauré casou-se com Marie Fremiet, filha do escultor Emmanuel Fremiet, e ganhava a vida como professor e inspetor de faculdades de música em toda a França. Em 1896, foi nomeado organista da igreja de La Madeleine e professor de composição no Conservatório de Paris – do qual foi também diretor entre os anos de 1905 e 1920 – tendo entre seus alunos Maurice Ravel, Nadia Boulanger, Georges Enesco, Florent Schmitt e Alfredo Casella.

Por conta da quantidade de trabalho que essas atividades exigiam, o compositor, lento e meticuloso, era obrigado a se retirar para o interior, durante os verões, para compor. Uma de suas obras mais famosas, o “Requiem”, foi iniciado em 1887, mas revisado e ampliado ao longo dos anos, até sua versão final datada de 1901.

Com mais de 40 anos, Fauré, já casado, se apaixonou por Emma Bardac. O caso inspirou uma explosão de criatividade e uma nova originalidade em sua música. Uma de suas peças para piano mais conhecidas, a “Suíte Dolly”, foi composta entre 1894 e 1897 e dedicada à filha de Bardac, Hélène, conhecida como “Dolly”.

 

Tragicamente, começou a perder a audição por volta dos cinquenta e poucos anos. Quando se aposentou do Conservatório, após a Primeira Guerra Mundial, estava completamente surdo. Embora forçada, a aposentadoria o deixou livre para se dedicar, pela primeira vez, totalmente à composição.

São dessa época o Trio de Piano, o Segundo Quinteto de Piano, ciclos de canções tardias, incluindo o radiante “L’horizon chimérique” e o seu Quarteto de Cordas que, curiosamente, cita o tema de um concerto para violino que ele abandonou na década de 1870.

Gabriel Fauré e sua filha

 

O compositor foi distinguido com a nomeação para a Academia de Belas-Artes (1909) pelo Instituto de França, com o título de Grande Oficial da Legião de Honra (1920) e com a Grande Cruz da Legião de Honra (1923).

Fauré sofreu de problemas de saúde nos últimos anos, causados pelo tabagismo intenso. Apesar disso, manteve-se disponível para ensinar e aconselhar jovens compositores, a maioria dos quais lhe eram devotados.

Gabriel Fauré faleceu aos 79 anos, a 4 de novembro de 1924, em Paris, em consequência de uma pneumonia. O funeral realizou-se, com honras nacionais, na Igreja da Madeleine, onde se executou o Requiem que ele próprio compôs.


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