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José Kliass

Os primeiros professores de piano do Brasil

No início do século 19, ainda se importavam cravos para o Brasil, mas os primeiros pianos – ingleses, franceses e alemães – chegaram aqui por volta de 1820. Mas o piano teve especial destaque a partir do Segundo Reinado. As presenças no País de Sigismond Thalberg (em 1855) e Louis Moreau Gottschalk (em 1869) causaram um verdadeiro rebuliço na vida cultural do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Os primeiros Professores do Brasil

A cidade maravilhosa –  que, por sinal, foi apelidada, na época, de cidade dos pianos, tal a quantidade de instrumentos comercializados –  recebia muitos artistas estrangeiros para óperas e recitais, e o piano difundiu-se como instrumento tocado em salões particulares e festas familiares, gradualmente ganhando as salas de concerto.

Embora já houvesse no Brasil número suficiente de professores para suprir a demanda ocasionada pela tradição da época, muitos pianistas europeus e americanos vieram para cá. Alguns, virtuoses, não se firmaram como mestres de renome, ao passo que outros, menos solistas e mais didáticos, conseguiram fomentar suas ideias e formar excelentes artistas e professores. Nesse contexto, dois importantes nomes para a história do piano no Brasil chegaram ao País.

Arthur Napoleão dos Santos, português da cidade do Porto, pianista e compositor, veio para o Brasil em 1866, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. Ali, associado ao compositor Leopoldo Miguez, se tornou comerciante de instrumentos musicais e partituras e editor de músicas. Como editora, a famosa Casa Artur Napoleão contribuiu significativamente para a divulgação da música brasileira durante décadas. Como professor, Arthur Napoleão teve Chiquinha Gonzaga como uma de suas alunas.

O mais importante mestre dessa primeira geração foi Luigi Chiaffarelli. Nascido em Isérnia, na Itália, em 2 de setembro de 1856, e pertencente a uma família de músicos, recebeu de seu próprio pai as primeiras noções de piano e teoria musical. Chegou a São Paulo em 1883 e começou a formar a primeira geração de pianistas com projeção no Brasil e no exterior. Professor de grande talento, ensinava uma maneira diferente de abordar o piano, levando em consideração peculiaridades físicas, técnicas e estéticas. (Parágrafo)

Sua mais famosa aluna foi a pianista paulista Guiomar Novais, mas Chiaffarelli também foi o responsável pela formação de Antonieta Rudge, Maria Edul Tapajós, Alice Serva, João de Sousa Lima, Francisco Mignone e Menininha Lobo, que deram continuidade à escola do mestre e formaram outras centenas de virtuoses.

A segunda geração de professores

No século 20, outros mestres influenciaram de maneira decisiva a criação de uma cultura pianística no País e foram responsáveis pela formação de grandes pianistas. Entre nomes como Antonio Sá Pereira, Guilherme Fontainha e muitos outros, o mais conhecido talvez seja o de Magdalena Tagliaferro, aluna de Alfred Cortot, que formou uma enorme quantidade de pianistas e professores, como Heitor Alimonda, Lina Pires de Campos, Georgete Pereira, Nellie Braga, Oriano de Almeida, Homero de Magalhães e Fabio Caramuru, que divulgaram seu método e suas ideias a seus alunos.

Outro importante nome é José Kliass.

José Kliass

Nascido na Rússia e de origem judaica, estudou em seu país e, mais tarde, no Stern’s Conservatório, em Berlim, com o extraordinário professor Martin Krause, que foi discípulo e secretário particular de Franz Liszt. Transferiu-se para o Brasil depois da primeira guerra mundial e formou dezenas de pianistas, com uma impressionante lista de pupilos:  Bernardo Segall, Estelinha Epstein, Yara Bernette, Anna Stella Schic, Belkiss Carneiro de Mendonça, Lídia Simões, Isabel Mourão, Ney Salgado, Jocy de Oliveira, Glacy Antunes de Oliveira e os irmãos José Eduardo e João Carlos Martins, entre muitos outros.

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