Uma música é composta por três elementos básicos: a melodia, a harmonia e o ritmo. A primeira é a mais facilmente identificável e é o que, muitas vezes, se relaciona com a palavra música. Trata-se de uma sequência lógica de sons, uma sucessão de notas com sentido próprio. É aquilo que as pessoas cantam ou assobiam, o que fica na memória.
A disposição dessas notas no tempo, se são mais longas ou mais curtas, é chamada ritmo. É ele que dá movimento e variedade à melodia e faz que ela se desenvolva.
A harmonia, por sua vez, é uma sequência de sobreposições de notas que serve de base para a melodia e imprime a ela características próprias. Existem inúmeras combinações de acordes possíveis para construir essa sequência harmônica, mas algumas são muito comuns por causa de seu efeito sonoro e recebem o nome de progressões. Mesmo as progressões simples e repetitivas de acordes têm o poder de transmitir um conjunto complexo de emoções e ideias musicais.
A formação da progressão II – V – I
A música ocidental tradicional se baseia no conceito de tonalidade e tem como base o campo harmônico, que é conjunto de acordes formado a partir das notas de uma escala. Os acordes em um campo harmônico são representados por números romanos.
O conceito por trás da harmonia tradicional é criar tensões e resolvê-las, para que a música evolua. E a cada tipo de acorde, nesse sistema, corresponde uma função, de acordo com as diferentes sonoridades que possuem, derivadas de sua formação. A função Tônica é responsável pela sensação de repouso, ao passo que a Dominante é a que cria tensão. Entre elas, acordes de preparação complementam as sequências harmônicas.
Durante os períodos barroco, clássico e romântico da música atualmente chamada de erudita, compositores como Bach, Mozart e Beethoven utilizaram como base de suas composições a progressão IV – V – I.
Com o tempo, o II passou a substituir o IV por causa do movimento de quarta ascendente, mais natural. A progressão anterior continuou a ser usada, mas o II – V – I passou a ser o padrão da música popular, especialmente na harmonia do jazz.
A maioria das músicas tem progressões II – V em várias tonalidades espalhadas por ela. Na sequência harmônica abaixo, há três progressões II – V. Nos compassos 2 e 3, há uma progressão II -V (Dm7 – G7) no tom de Dó Maior, embora o I (C) não apareça. Nos compassos 4 a 6, a sequência Em7 – A7 – Dm7 corresponde à progressão II – V – I no tom Ré Menor. Nos compassos 6 a 8, a progressão Dm7 – G7 – Cmaj7 forma a clássica II – V – I em Dó Maior.
Dominando a progressão II -V -I
A progressão II – V – I corresponde a aproximadamente 70% das progressões de acordes na música popular. Sendo assim, se o pianista dominar tanto os acordes quanto a sonoridade dessa progressão, ele terá muito mais facilidade de compreender as harmonias e preparar-se para o estudo da improvisação.
Estude a progressão II – V – I em todas as tonalidades maiores, utilizando o ciclo das quintas no sentido anti-horário.
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