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Postura do pianista

A postura do pianista: Saiba mais sobre o tema

Postura do pianista

A profissão de músico, sem dúvida, é uma atividade de alto desempenho tanto no aspecto intelectual quanto no físico e no psíquico: a pressão, a tensão e o estresse dos ensaios, a prática cotidiana, a análise das estruturas musicais, a atividade dos shows e concertos, assim como os horários irregulares das refeições e das horas de sono, levam esse profissional ao limite de sua resistência.

Como para todos aqueles que se preocupam com a saúde, alimentação saudável, exercícios físicos e boa postura são fatores que garantem ao músico condições de enfrentar os desafios do dia a dia, tanto fisicamente quanto psiquicamente, na prática e na interpretação.

Mas não são apenas os profissionais que devem se atentar para esses elementos. O músico amador também necessita cuidar do corpo para garantir prazer no momento de se entregar ao exercício da música. E um dos principais entraves para isso é a má postura, que limita tanto os movimentos quanto o tempo de estudo.

A postura empregada para tocar piano, comparada à de outros instrumentos, é uma das mais naturais: o músico está sentado, apoiado na banqueta e nas pernas. Apesar desse aparente conforto, vários podem ser os riscos, que podem acarretar desde desconforto a dores lancinantes.

Embora sejam muitos os exemplos de pianistas que desafiam a natureza em relação à postura corporal quando tocam, uma postura correta deve ser funcional e esteticamente aceitável, representando equilíbrio entre os músculos e o esqueleto de forma a proteger as estruturas de suporte do corpo contra lesões ou deformidades, além de não causar fadiga ou provocar dor.

Estes requisitos básicos, no entanto, nem sempre foram praticados. No século 19, a chamada “pedagogia negra” prevalecia no setor pianístico: os alunos eram obrigados a colocar um livro embaixo de cada axila e uma moeda nas costas das mãos, sem deixá-los cair, e, desse modo, executar uma série de exercícios ao teclado.

Com esses métodos e outros, pretendia-se cancelar a participação do braço e até mesmo do corpo do pianista na execução, e apenas os dedos precisavam se mover como martelos, o que levou a deformações que, em muitos casos, causavam problemas e lesões musculares.

Felizmente surgiu um movimento que aconselhava utilizar três pilares – naturalidade, relaxamento e liberdade – o que originou o nascimento da chamada técnica moderna de piano. Pedagogos como Deppe (1828-1890) e Breithaupt (1873-1945) seguiram essa nova tendência e a tríade foi defendida pelo grande mestre da escola russa Heinrich Neuhaus (1888-1964) em sua obra Die Kunst des Klavierspielens (A Arte do Piano).

Postura corporal natural

Postura Corporal Ideal no Piano

A postura do pianista é facilitada pelo modo com que ele se posiciona em relação ao instrumento. Os pés devem ser posicionados em frente aos pedais, com os calcanhares apoiados no chão, de forma a garantir estabilidade.

As pernas devem permanecer relaxadas. O músico deve sentar-se na metade da banqueta mais próxima do piano, em uma posição que permita uma ampla gama de movimentos da cintura para cima. A altura do banco deve ser ajustada de modo que o braço construa aproximadamente um ângulo reto em relação ao antebraço, a mão e o teclado.

As costas devem estar eretas e o pescoço não pode ser inclinado para frente. O conjunto formado por clavícula, escápula e úmero deve estar relaxado, deixando as omoplatas suspensas livremente, permitindo que os braços fiquem soltos.

O cotovelo permanece inativo, acompanhando o movimento dos antebraços e mantendo o equilíbrio por meio de seu centro de gravidade. O pulso deve estar pronto para qualquer movimento lateral, ascendente, descendente ou elíptico, e com ele está a responsabilidade pela melhor disposição dos dedos no teclado.

Postura das mãos no Piano

A palma da mão deve formar uma “caverna”, posição fácil de perceber: quando uma pessoa anda, deixa sua mão balançar de forma natural. Ao colocar a mão no teclado, essa é a posição ideal para tocar piano.

O arranjo dos dedos será, de acordo com o comprimento deles, mais circular ou alongado, mas nunca com a última falange dobrada ou com a mão em forma de garra.

As pontas dos dedos são os únicos pontos de contato do pianista com o teclado do instrumento, utilizando movimentos que nada tem a ver com pressão, mas com apoio e transmissão do peso do tronco do músico. E a parte do dedo que deve ter contato com a tecla é a polpa, não a ponta e muito menos as unhas, que devem ser cortadas regularmente.

Apesar de todas essas diretrizes, cada intérprete tem sua “naturalidade” individual, influenciada por fatores como o biotipo de cada um e o tamanho do corpo, e precisa de sua própria liberdade. Para Neuhaus, a liberdade é uma “necessidade consciente”. Provas disso são as grandes diferenças no modo de sentar e de se mover de grandes pianistas como Glenn Gould, Vladimir Horowitz e Arthur Rubinstein, por exemplo.

Postura

Vladimir Horowitz – imagem retirada de “ilvecchiospirito.tumblr.com”.

Postura

Glenn Gould – imagem retirada do site “www.ctvnews.ca”.

Com a orientação correta e muita atenção ao relaxamento e a qualquer sinal de dor ou cansaço, o pianista pode melhorar sua postura de forma a impedir o surgimento de consequências mais graves e aumentar sua produtividade e sua capacidade técnico-interpretativa.

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