Os pianos digitais oferecem vários recursos que podem auxiliar os músicos a complementarem suas performances, principalmente para os profissionais que se dedicam à sonorização de eventos, mas também para os amadores que têm nesses instrumentos uma forma de lazer e entretenimento.
Implementados nos instrumentos eletrônicos desde os primeiros modelos, alguns desses recursos já se transformaram em itens obrigatórios quando se fala em modelos digitais e outros são bem específicos para determinadas situações.
De toda forma, o intuito é sempre facilitar o trabalho do músico e enriquecer sua performance, de modo a torná-la mais completa e interessante.
Conheça os recursos split e layer no artigo. Continue a leitura!
Layer
Um desses recursos é a possibilidade de utilizar dois timbres simultaneamente em todo o teclado, o que cria texturas diferentes da sonoridade original do piano. O uso de “camadas” (layer, em inglês) tornou-se muito comum a partir da década de 1980, quando os primeiros sintetizadores digitais surgiram e a polifonia se tornou possível.
Mas se pode imaginar que a inspiração para esse recurso tenha vindo primeiramente dos órgãos de tubos e, posteriormente, dos instrumentos eletromecânicos, em que a adição de registros altera e modifica o timbre original, acrescentando sonoridades e harmônicos.
Como o Layer é usado
É comum a combinação do timbre de piano com um timbre de cordas, geralmente de ataque mais lento, para imprimir certa sustentação às notas, sem perder a característica percussiva do som dos martelos nas cordas. O efeito produzido se tornou um dos favoritos dos músicos, pois propicia tanto uma performance mais virtuosística quanto o uso de notas mais sustentadas, o que o torna ideal para músicas de vários estilos.
O efeito é muito utilizado em situações mais contemplativas, como em momentos de oração ou introspecção, assim como em fundos musicais para eventos e cerimônias.
A variação mais utilizada dessa combinação é a substituição do timbre de piano acústico por um timbre de piano elétrico, mantendo o timbre de cordas, sonoridade extremamente utilizada durante a década de 1980.
Baseada nos timbres dos pianos eletromecânicos mais famosos e dos sintetizadores digitais da época, essa textura está presente em boa parte da música pop desde então e se tornou um ícone, principalmente na execução de baladas românticas.
Combinações de Layer
Além dessas, outras combinações são muito comuns, mesmo que não baseadas no timbre do piano, e alguns modelos de instrumentos digitais já trazem sugestões prontas dessas sonoridades, como cordas combinadas com metais ou coros, vibrafone combinado com flauta, ou mesmo órgão de tubos com cordas, todas elas já tradicionais e muito utilizadas no dia a dia do músico.
Em geral, as combinações mais funcionais são as que reúnem um timbre percussivo e um timbre sustentado, para maior detalhamento das notas executadas, ou dois timbres percussivos ou dois timbres sustentados, para reforço dessas características, encorpando a sonoridade.
Split
Se é possível utilizar dois timbres simultaneamente em todo o teclado, utilizando o recurso “layer”, também é possível dividir o teclado em duas regiões distintas, o que, geralmente, recebe o nome de “split”.
Ao utilizar esse recurso, o músico pode escolher qual timbre será utilizado em cada seção, o que lhe permite organizar suas performances de modo a criar a ilusão de mais de um instrumento sendo executado.
Como ele surgiu
A inspiração, nesse caso, pode ter as mesmas raízes do “layer”, mas é mais provável que o grande catalizador dessa ideia tenha sido o “walking bass”, tradicional recurso de jazz em que a mão esquerda do piano executa notas que “caminham” por semínimas marcando a harmonia na região mais grave do teclado.
E nada melhor que utilizar um timbre de contrabaixo acústico para essa marcação, simulando os trios de piano tão característicos do estilo improvisado.
Combinações de Split
Por conta disso, uma das mais tradicionais combinações em “split” é o uso de um timbre de contrabaixo na região mais grave do teclado (para a mão esquerda) e um de piano acústico na mais aguda (para a mão direita).
Apoiada por um ritmo automático de bateria (recurso também disponível em alguns instrumentos digitais) ou mesmo em solo, essa combinação reflete bem a característica do jazz, mas pode ser utilizada em inúmeros outros estilos.
Também são comuns as divisões utilizando timbres de contrabaixo elétrico na esquerda e guitarra jazz na direita, tímpanos e cordas, ou mesmo piano e flauta, entre infinitas possibilidades.
Para ampliar ainda mais as possibilidades timbrísticas dos instrumentos digitais e oferecer ao músico mais ferramentas para enriquecer sua performance, alguns modelos ainda permitem o uso simultâneo dos recursos de “layer” e “split”, proporcionando a criação de sonoridades mais complexas e ricas, o que possibilita a simulação de uma grande variedade de formações instrumentais, expandindo o campo de ação do músico e sua capacidade de atender a diferentes situações e estilos.
Explore seu piano digital e experimente as combinações em “layer” e “split” que ele oferece. Com certeza você se surpreenderá com as possibilidades apresentadas e se inspirará para desenvolver suas habilidades em diferentes técnicas e estilos.
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