É muito comum – e extremamente importante – que cantores informem à banda ou ao pianista acompanhador em qual tonalidade estão cantando determinada música. Compreender a tonalidade é decisivo para que cada músico saiba exatamente quais acordes deve executar e quais as notas da melodia.
E isso é importante tanto para prever os encaminhamentos harmônicos que ocorrerão no decorrer de determinada música quanto para compreender e dominar os caminhos para a improvisação e a criação musical.
Continue a leitura do artigo e entenda como descobrir a tonalidade da música através da partitura!
Como a tonalidade da música é definida?
Boa parte da música ocidental foi composta dentro do que chamamos de “sistema tonal”. A base para esse sistema é um centro de atração, uma nota, por assim dizer, para onde todas as demais convergem. Esse centro é chamado de tônica e determina o que chamamos “tom” de uma música.
Mas não basta apenas saber o tom, ou esse centro tonal, para determinar quais caminhos a melodia e a harmonia seguirão. Também é necessário saber sobre qual escala a música foi baseada, já que existem muitos tipos, de acordo com a distribuição de intervalos de tons e semitons entre as notas.
Isso define a “tonalidade”, que pode ser compreendida como uma paleta de sonoridades que o compositor tem à sua disposição. As mais comuns são a escala maior e escala menor harmônica. Ao se construir um acorde sobre cada nota da escala, obtém-se o “campo harmônico”, da tonalidade, ou seja, o campo sobre o qual o compositor vai atuar.
Sabendo disso, quando é citada a tonalidade de Dó Maior, entende-se que a música foi composta sobre um campo harmônico baseado na escala maior e que o centro tonal é a nota Dó. Da mesma forma, quando se fala em Lá menor, entende-se que a música foi composta sobre um campo harmônico baseado na escala menor e que o centro tonal é a nota Lá.
Como saber a tonalidade pela partitura
Até que os músicos tenham desenvolvido a percepção musical necessária para conseguir descobrir a tonalidade sem dificuldades, o processo natural é que sejam informados dela ou que descubram isso pela partitura. Tendo a parte escrita, mesmo que apenas a cifra, é muito fácil saber em qual tonalidade a música está.
Cada tonalidade tem um conjunto de alterações (sustenidos e bemóis) necessário para formar corretamente o campo harmônico. Essas alterações, geralmente, estão agrupadas na armadura de clave, em uma sequência pré-estabelecida a partir dos processos de criação das escalas por transposição de tetracordes. Os sustenidos sempre estão agrupados na seguinte ordem: Fa – Do – Sol – Ré – La – Mi – Si. Os bemóis, na ordem inversa: Si – Mi – La – Ré – Sol – Do – Fa.
É importante saber, também, que cada armadura de clave identifica duas tonalidades, uma maior e sua relativa menor (as armaduras de clave de Sol Maior e Mi menor, por exemplo, são idênticas). As tonalidades se diferenciam pelo centro tonal e, muitas vezes, pela utilização de uma alteração no sétimo grau da escala menor que acarreta diferenciação em acordes do campo harmônico.
Para saber a tonalidade de uma música escrita, portanto, deve-se começar por reconhecer a armadura de clave e as possíveis escalas que a utilizam. E, na sequência, verificar qual campo harmônico foi utilizado.
Para facilitar, seguem algumas dicas:
– Se não há armadura de clave, a tonalidade, provavelmente, é Dó Maior ou Lá menor.
– Se a armadura de clave apresenta sustenidos, verifique qual o último. A tonalidade maior está meio tom acima dele, e a menor, um abaixo.
– Se a armadura de clave apresenta bemóis, verifique qual o penúltimo. Ele corresponde à tonalidade Maior dessa armadura. A tonalidade menor está 1 tom e meio abaixo.
– Na maioria das situações, a música termina no acorde da tonalidade da música
Por fim, confie no seu ouvido! Depois de algum treino, é fácil perceber se a tonalidade é maior ou menor. E com a ajuda das dicas dadas aqui, vai ser simples descobrir a tonalidade de qualquer música.