Motivo de preocupação dos professores desde as primeiras aulas dos iniciantes, a correta posição dos dedos no piano garante agilidade, flexibilidade, segurança e resistência, permitindo tanto o controle completo sobre a sonoridade, quanto a execução ininterrupta por muito tempo sem fadiga muscular.
Tanto pelo fato de o polegar se diferenciar dos outros dedos da mão pela sua posição – está em oposição aos outros para realizar a ação de pinça – quanto pelo seu formato (é o mais curto e mais grosso) e pela função que exerce na técnica pianística, sua movimentação merece atenção especial.
Embora tenha muitas vezes sua importância desprezada, ele desempenha papel crucial na aplicação de uma técnica saudável e eficiente. A movimentação incorreta, inclusive, é uma das causas mais comuns de tensões excessivas e dificuldades na execução e compreensão de determinadas passagens pianísticas. A tensão decorrente de sua imobilidade, a chamada fixação, pode afetar o funcionamento dos outros dedos e limitar a mobilidade de mãos e braços.
Veja qual o movimento certo que você precisa fazer do seu polegar no piano!
Existem várias técnicas e abordagens para o uso correto do polegar no piano, mas, em geral, ele deve ser posicionado próximo à base do dedo indicador – de forma a acionar as teclas com a lateral da falange -, e se movimentar paralelamente aos outros dedos, ou seja, de cima para baixo e não lateralmente. E, para que fique livre para ser acionado quando necessário, o polegar não deve ser apoiado na borda do teclado ou na régua frontal do piano.
Passagem do polegar
O maior benefício no estudo das escalas é a automatização da passagem do polegar por baixo da mão e desta por cima dele, o que permite a execução de linhas melódicas compostas sobre graus sucessivos com sonoridade constante e legato perfeito, praticamente impossível de serem conseguidos sem esse artifício.
Ao realizar essa movimentação lentamente, pode-se notar que o polegar se dobra em direção à palma da mão de modo a alcançar a tecla desejada, mas, ao tocar com maior velocidade, esse movimento praticamente desaparece sendo substituído pela movimentação lateral do braço.
Teclas brancas e pretas
Por ele ser mais curto e mais grosso, aconselha-se sempre aos iniciantes que evitem uso do polegar em teclas pretas, a menos que estritamente necessário. De modo geral, o uso do polegar nas teclas pretas causa certo desconforto e uma sensação de insegurança. Além disso, a movimentação do braço e da mão em direção à parte mais interna do teclado afasta os dedos de sua posição natural, o que dificulta a execução de passagens de graus conjuntos, por exemplo.
Mas não são raras as passagens em que esse dedo deve ser utilizado em teclas pretas, dependendo da tonalidade do trecho em questão e das necessidades técnicas envolvidas. Em contrapartida, o uso do polegar nas teclas pretas na execução de acordes e arpejos é imprescindível, a fim de estender o tamanho da mão e, consequentemente, sua abertura.
Exercícios para o desenvolvimento da ação do polegar
Existem vários métodos que podem ser estudados para aprimorar a movimentação do polegar de forma correta no piano, iniciando pelos chamados exercícios de agilidade, como os Estudos Técnicos Diários, de Oscar Beringer, e O Pianista Virtuoso, de Charles-Louis Hanon e Henry Lemoine. Ambos trabalham a independência dos dedos e, durante a execução deles, deve ser dada atenção especial à posição e à movimentação dos dedos, incluindo o polegar.
Escalas e arpejos também devem ser estudados, principalmente por trabalharem a questão da passagem do polegar por baixo dos outros dedos e a movimentação lateral do braço. Lembre-se de sempre praticar lentamente no início e aumentar gradualmente a velocidade à medida que sua técnica melhorar.
Cada escola pianística trata a questão do movimento dos dedos, da mão e dos braços de forma diferente, portanto a orientação de um professor experiente pode fornecer conselhos específicos sobre o uso do polegar e dos outros dedos e a correta posição e movimentação deles.