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Domine as progressões harmônicas no piano

Domine as progressões harmônicas no piano

Quem estuda piano e quer entender melhor como a música funciona precisa conhecer as progressões harmônicas. Uma progressão harmônica é uma sequência de acordes organizada de forma lógica e funcional dentro de um campo harmônico. Elas são como a gramática da música: guiam o movimento dos acordes, estruturam composições, criam expectativa e resoluções. Em outras palavras, é o caminho que a harmonia percorre ao longo de uma música. Compreender as progressões harmônicas auxiliam o pianista a tocar de ouvido, improvisar, compor e interpretar com mais consciência.

Toda música tonal – seja erudita, popular ou jazz – se apoia em progressões. Desde clássicos como “Let It Be”, dos Beatles, ou uma sonata de Beethoven, todas as composições têm movimentos harmônicos que geram tensão e resolução, conduzindo emocionalmente o ouvinte.

As progressões harmônicas são importantes no estudo do piano por várias razões. Em primeiro lugar, facilitam a memorização de músicas. Quando um pianista entende as progressões, ele não precisa decorar nota por nota. Ao reconhecer, por exemplo, um II–V–I, ele sabe que se trata de uma sequência comum. Isso acelera o estudo e fortalece a memória musical.

Além disso, ao conhecer e praticar progressões, o aluno aprende a ouvir e identificar padrões, habilidade essencial para tocar de ouvido ou improvisar ao piano. E saber como os acordes se movimentam descortina novos caminhos criativos. Um pianista que domina as progressões pode improvisar com liberdade ou compor com lógica harmônica.

Cada gênero tem progressões harmônicas características. O blues tem sua fórmula; o jazz tem outras mais complexas. Portanto, o estudo das progressões ajuda o pianista a se adaptar a diferentes contextos.

 

Piano

 

Dicionário de progressões

As progressões harmônicas são muito mais que uma sequência de acordes: são a base da linguagem musical que faz a música se mover e fazer sentido. Algumas progressões harmônicas são muito utilizadas, tanto que são a base de grande parte da música ocidental escrita a partir do período barroco e podem ser encontradas também em boa parte da música popular. Conhecê-las e conseguir executá-las em qualquer tonalidade é um grande passo para o pianista, tanto solo quanto para trabalhar como acompanhador. Praticar essas progressões é praticamente ter em mãos as ferramentas necessárias para tocar qualquer estilo musical.

Mas, para entender as progressões, é preciso conhecer as funções harmônicas, ou seja, os papéis que os acordes desempenham dentro do campo harmônico.

  • Tônica (I): ponto de repouso.
  • Subdominante (IV): preparação.
  • Dominante (V): tensão e condução de volta à tônica.

Mesmo que os acordes dessas funções sejam modificados com notas adicionais (como sétimas, nonas, décimas terceiras), sua função harmônica permanece a mesma. Por exemplo, um acorde de G7, G9 ou até G7(b9) continua exercendo a função dominante no campo harmônico de Dó maior. Da mesma forma, um acorde de Cmaj7, C6/9 ou Cadd9 ainda cumpre a função de tônica.

Essas variações enriquecem o som e a expressividade musical, mas não alteram o papel estrutural que o acorde desempenha dentro da progressão. Por isso, ao estudar ou analisar progressões harmônicas, é importante reconhecer a função, e não apenas a forma do acorde. Segue um resumo das progressões mais comuns, mas existem outras, também muito utilizadas.

  1. Progressão I–IV–V–I – Essa é uma progressão fundamental na música ocidental. Está presente em hinos, música barroca, pop e rock. É a espinha dorsal do sistema tonal.

Exemplo: “Twist And Shout” (The Beatles)

TWIST AND SHOUT

 

  1. Progressão II–V–I – Muito comum no jazz e na bossa nova. O acorde II prepara a dominante, que resolve na tônica.

Exemplo: “Autumn Leaves” (Joseph Kosma)

AUTUMN LEAVES

 

  1. Progressão I–V–VI–IV – Uma das progressões mais usadas em música pop a partir dos anos 90.

Exemplo: “No One” (Alicia Keys)

NO ONE

 

  1. Progressão I–VI–IV–V – Também chamada de “do-wop progression”, famosa nos anos 1950, mas muito utilizada atualmente.

Exemplo: “If I Were A Boy” (Beyoncé)

If I Were A Boy

 

  1. Progressão VI–IV–I–V – Uma das progressões mais usadas em música pop a partir dos anos 90, também chamada de “pop reversa”.

Exemplo: “Someone Like You” (Adele)

SOMEONE LIKE YOU

 

Agora que você já domina as progressões harmônicas, tente reconhecê-las nas músicas de que gosta e compartilhe aqui as descobertas, enviando essas dicas para um pianista amigo!


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