Como a música pode auxiliar na aprendizagem de idiomas?

O estudo de música – e até mesmo o hábito de ouvi-la – é reconhecido por muitos pesquisadores como prática que desenvolve a mente humana, proporciona bem-estar, promove o equilíbrio físico e mental, e facilita a concentração e o desenvolvimento do raciocínio. E está comprovado que crianças que se envolvem com a música apresentam melhor desempenho escolar e, geralmente, notas mais elevadas.

Segundo estudos realizados na Alemanha, pessoas que analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em comparação aos indivíduos que não desenvolvem trabalho algum com música. No campo da matemática, as que estudaram notas musicais e divisões rítmicas obtiveram notas 100% maiores que os demais colegas em relação a um determinado conteúdo.

Mas não é apenas nas ciências exatas que a música traz benefícios. Uma pesquisa realizada na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, comprovou que as conexões neurais criadas durante as aulas de educação musical também preparam o cérebro para todos os aspectos da comunicação humana.

O estudo, publicado na revista Nature Reviews Neuroscience, constatou que quem aprende a tocar um instrumento musical condiciona o cérebro a selecionar o que é relevante em um processo complexo que envolve leitura da partitura, memória, cálculos de tempos e coordenação.

Além disso, foi evidenciado que crianças que recebem aulas de música são melhores em detectar mudanças de tom na fala, tem seu vocabulário ampliado e interpretam melhor os textos. Aliando todas essas características, pode-se afirmar que a música é um excelente auxiliar no aprendizado de um idioma.

A música como ferramenta

A música é uma linguagem universal, utilizada de formas diferentes por todo o mundo, mas com características únicas: serve para comunicar, inspirar, educar e entreter, e é capaz de alterar o humor de crianças e adultos. Por isso, não é incomum que pessoas de todas as idades a apreciem enquanto trabalham ou estudam.

Desde a mais tenra idade – e até mesmo no ventre, antes do nascimento – as crianças têm contato com a música, em canções de ninar ou em melodias de móbiles e brinquedos. Na primeira infância, a música é amplamente utilizada para a educação, pois as crianças ainda não possuem o domínio da escrita e precisam recorrer à memorização. Por conta disso, a música é excelente auxiliar no desenvolvimento da memória, assim como para criar um ambiente propício para o aprendizado.

No estudo de idiomas, músicas são uma fonte muito divertida de prática por repetição, pois as crianças cantam o refrão várias vezes, o que as leva a assimilar a linguagem, assim como a pronúncia, de forma lúdica. A repetição permite que elementos de linguagem sejam realmente aprendidos e, posteriormente, utilizados em diferentes situações de comunicação.

Adolescentes também costumam recorrer, mesmo sem saber, à música para seu desenvolvimento em outras línguas. Ao cantar as canções de seus artistas favoritos, desenvolvem a compreensão auditiva, aperfeiçoam a pronúncia, expandem o vocabulário e ampliam seu conhecimento cultural.

Aliar o uso dessas canções ao aprendizado de um instrumento musical já é prática mais que consagrada, por permitir aos jovens que se desenvolvam na música ao mesmo tempo em que se expressam em sua individualidade e dentro das características de determinado grupo. O contrário, ou seja, o aprendizado de um idioma por meio da música, também é muito comum, haja vista a existência até mesmo de programas de televisão que utilizam esse recurso como técnica pedagógica.

Por ser uma forma lúdica de aprendizagem, em que importantes habilidades são desenvolvidas de forma natural e prazerosa, a música é um potente instrumento no aperfeiçoamento da mente humana e importante ferramenta de auxílio para a assimilação e a memorização de conteúdos. Como disse Platão, “a música é o instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”.

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