Uma das principais diferenças, no que diz respeito à manutenção, entre um piano de cauda ou vertical e um piano digital é que este não precisa nunca ser afinado. Isso ocorre porque, diferentemente dos pianos acústicos, um piano digital não possui cordas.
O sistema de geração sonora dos pianos digitais é baseado na técnica de amostragem ou sampleamento, que consiste em gravar o som das notas de um piano acústico, em diversas dinâmicas e de diferentes modos.
Sendo assim, os diferentes timbres disponíveis em um instrumento digital correspondem aos timbres dos pianos dos quais foram feitas as amostras. Obviamente, para essas amostras serem realizadas, o piano deve estar afinado e regulado. Com isso, a afinação do instrumento digital está garantida. Isso não significa, no entanto, que um piano digital não possa ser afinado.
Diapasão
Afinar um piano significa corrigir a vibração das cordas, tensionando-as até que se alcance a frequência relativa ao som de cada nota. Quanto maior o número de vibrações, mais aguda é a nota produzida. A medida utilizada para isso é Hertz (Hz), que representa o número de vibrações de uma corda por segundo.
Para afinar um instrumento musical, portanto, é necessário saber qual a frequência das diferentes notas. Para isso, em 1936, uma conferência internacional recomendou que o Lá acima do Dó central do piano fosse afinado a 440 Hz. Esse padrão foi adotado pela Organização Internacional para Padronização, em 1955, como norma ISO 16. Desde então, tem servido como a referência de frequência de som para a afinação de todos os instrumentos musicais.
Isso não significa, no entanto, que o padrão seja imutável. Até a padronização, várias foram as frequências utilizadas e, atualmente, já há a tendência de aumentar esse valor em gravações, a afim de alcançar uma sonoridade mais brilhante.
Para alterar esse padrão, os pianos digitais permitem que a afinação geral dele seja alterada para mais ou para menos, tornando-o mais grave ou agudo. Isso é muito útil para adequá-lo a tocar com outros instrumentos que não possuem ampla capacidade de afinação, como é o caso de um piano acústico afinado em outro diapasão. Dependendo do modelo do piano digital, é possível afiná-lo desde 409 Hz (como se usava na época de Haendel), a 455.4 Hz (como Beethoven preferia). E isso apenas apertando um botão ou dois, processo bem menos trabalhoso que afinar as 88 notas de um piano acústico.
Sistemas de afinação
Durante a história, vários foram os sistemas utilizados para afinar os instrumentos musicais, tendo em vista as possibilidades tecnológicas de cada um, o emprego de diferentes materiais na construção deles e as necessidades estilísticas ou culturais de determinados períodos históricos ou localizações geográficas. Ao longo do tempo, foram propostos mais de cem sistemas diferentes. E desses, pouco mais de 20 foram mais amplamente utilizados. Esses sistemas discutem como as notas são distribuídas dentro de uma oitava, ou seja, qual distância deve haver entre elas.
Levando em conta os fenômenos físicos relacionados ao som (parte da ciência denominada ondulatória) e o resultado da distribuição das notas dentro de uma oitava nas diferentes tessituras possíveis de serem percebidas pelo ouvido humano, chegou-se à conclusão de que o chamado sistema temperado seria o mais apropriado. Nele, uma oitava é dividida em 12 partes iguais, o que possibilita tanto a transposição de uma peça musical para diversas tonalidades quanto a repetição do padrão em diferentes oitavas.
Mas esse não é o único sistema de afinação existente, e alguns pianos digitais permitem utilizar outros métodos.
Embora não exista necessidade de alterar o sistema de afinação de um piano digital no uso cotidiano, o músico pode querer adaptar o instrumento a obras de diferentes períodos ou utilizar sonoridades mais exóticas. Para isso, geralmente, os pianos digitais oferecem sistemas de afinação diferenciados, como puro, pitagórico, mesotônico (que atende à música dos séculos 16 a 18) ou Werckmeister/Kirnberger (utilizada no período que vai de Bach até Beethoven), em que a oitava não é dividida igualmente e as notas sofrem leve deslocamento em relação ao sistema temperado.
Com esses recursos disponíveis no piano digital, basta selecionar um valor de afinação e um temperamento para se obter uma “máquina do tempo” musical que permite reproduzir as grandes obras do repertório pianístico como seus compositores as ouviam.
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E além do mais eles vieram para ficar e cada vez mais aperfeiçoados. Os acústicos terão, forçosamente que passar por grande e importantes mudanças, quanto ao sistema de cravelhas, quanto ao peso, materiais mais resistentes ao desgaste fabricando pequenos e leves pianos para o uso doméstico, com custo mais baixo…etc…terão que adaptar-se, não vai ter jeito…pianos pesados e de difícil transporte, terão ao longo do tempo, sua produção bastante reduzida…