Georg Friedrich Händel, um dos mais renomados compositores do período barroco, nasceu em Halle, na Saxônia-Anhalt, Alemanha, em 23 de fevereiro de 1685. Sua vida e legado musical são marcados por uma prolífica produção que abrange óperas, oratórios, concertos, obras para instrumentos de teclas e muito mais.
Händel e sua história com a música
Händel começou sua educação musical sob a orientação de seu pai, cirurgião renomado e música diletante que, inicialmente, tinha planos para que ele estudasse direito. No entanto, o jovem mostrou interesse apaixonado pela música desde cedo e sua mãe, reconhecendo seu talento, o incentivou. Seu pai cedeu, permitindo-lhe estudar órgão e composição com Friedrich Wilhelm Zachow, organista da igreja local.
Aos 17 anos, Händel se mudou para Hamburgo, onde trabalhou como violinista na ópera local. Sua habilidade chamou a atenção do príncipe de Hannover, que o convidou para se juntar à sua corte como músico de câmara. Em 1703, viajou para a Itália, onde sua paixão pela ópera foi consolidada. Ali, conheceu e foi influenciado por grandes compositores da época, como Corelli e Scarlatti, com quem era comparado, e sua reputação como compositor e virtuose do clavicórdio começou a crescer.
Carreira de Händel
Handel se estabeleceu em Londres em 1712, onde sua carreira decolou. Na capital britânica, rapidamente conquistou fama e reconhecimento como compositor. Suas óperas, como “Rinaldo” e “Giulio Cesare”, encantaram o público inglês e consolidaram sua posição como um dos principais compositores da época.
No entanto, o gosto pelo drama musical estava mudando, e Handel se adaptou às demandas do público, tornando-se mestre em uma ampla gama de formas musicais, incluindo oratórios, música sacra e obras instrumentais. Na Inglaterra permaneceu por 48 anos, até o fim da vida e, em 1727, obteve a nacionalidade britânica.
Royal Academy of Music
Além de suas contribuições musicais, Handel também foi um empresário visionário. Em 1719, fundou a Royal Academy of Music, empresa que visava promover a ópera italiana em Londres, e organizou apresentações de suas obras que atraíam audiências de toda a Europa.
Sua habilidade em equilibrar as demandas comerciais com sua visão artística contribuiu para o sucesso duradouro de suas obras. Apesar dos desafios financeiros e da concorrência acirrada, Handel perseverou, produzindo uma série de óperas aclamadas que solidificaram sua posição como uma figura central no mundo da música britânica. No entanto, sua vida não foi sem dificuldades.
Ele enfrentou prejuízos recorrentes, problemas de saúde causados pela obesidade e críticas implacáveis ao longo de sua carreira. Por diversas vezes esteve prestes a ir para a cadeia por conta de suas dívidas. Em outras ocasiões, alcançou sucesso notável.
Handel e seus oratórios
Foi nos oratórios que Handel deixou sua marca mais duradoura. O monumental “Messias”, estreado em Dublin em 1742, é uma das obras mais conhecidas e reverenciadas da música ocidental. Com sua mistura de corais majestosos, árias emocionantes e uma narrativa inspiradora, “Messias” captura a essência do talento de Handel e sua habilidade de emocionar e inspirar o público. No entanto, por esse trabalho, ele nunca recebeu um centavo sequer.
Suas composições para cravo e órgão constituem parte significativa de seu catálogo. O “Harmonious Blacksmith” (Aforismo Musical em Mi Maior, HWV 430) é uma de suas obras mais conhecidas, caracterizada por sua melodia cativante e habilidade técnica exigente.
Outra obra destacada para o instrumento é a “Suíte em Ré Menor” (HWV 437), também conhecida como “Suíte de Sarabanda”, composta por uma série de danças barrocas, incluindo uma tocante sarabanda, uma das criações mais famosas do compositor, em que ele demonstra sua habilidade em criar atmosferas emocionais profundas.
No que diz respeito ao órgão, Händel deixou um legado significativo com obras como “Concertos para Órgão e Orquestra, Op. 7”, uma coleção de concertos escritos para órgão e conjunto instrumental. Esses concertos exibem a habilidade virtuosística de Händel no teclado e sua capacidade de integrar o órgão de forma magistral em arranjos orquestrais complexos.
Fim da vida
Por causa de problemas de catarata, Händel decidiu, em 1752, fazer uma cirurgia com John Taylor, o mesmo cirurgião que havia tratado cirurgicamente outro grande músico da época, Johann Sebastian Bach. No entanto, Händel ficou cego em decorrência da cirurgia e nunca mais compôs. Sete anos depois, morreu, em 14 de abril de 1759, em sua casa em Londres, aos 74 anos, deixando um legado musical vasto e diversificado.
Sua música para cravo e órgão permanece como um testemunho duradouro de sua genialidade composicional e sua contribuição para o desenvolvimento da música barroca.