Skip to main content
hino da independência dom pedro

O pianista Dom Pedro e o Hino da Independência

hino da independência dom pedro

Em 2022, comemoramos 200 anos da Proclamação da Independência, marco do processo histórico de separação entre Brasil e Portugal, que ocorreu no período entre 1821 e 1825. Oficialmente, a data é de 7 de setembro de 1822, ocasião em que ocorreu o evento conhecido como Grito do Ipiranga, em que, às margens do riacho Ipiranga na atual cidade de São Paulo, o príncipe regente do Brasil, Dom Pedro de Orleans e Bragança, bradou o famoso “Independência ou morte”, depois de um breve discurso a seus companheiros de viagem.

Relação da música e Dom Pedro

Além do famoso grito, Dom Pedro também foi responsável pela composição da música do Hino da Independência, que foi o Hino do Brasil durante o Império. Por conta de toda a educação imposta a um membro da corte, Dom Pedro teve aulas de música com o professor e maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1762 – 1830), que chegou ao Brasil em 1811, quando o príncipe contava apenas 13 anos. Com ele, aprendeu a tocar instrumentos como piano, flauta, clarinete, violino, trombone, harpa e violão, além de canto. E era capaz de reger.

O casamento com a princesa Leopoldina de Habsburgo alimentou o gosto pela música tanto nela quando no jovem príncipe, e o casal acompanhava regularmente peças, óperas e concertos, sendo incansáveis na promoção de apresentações musicais na corte. No palácio de moradia, segundo consta, havia uma sala de música com três pianos, e o ambiente era muito utilizado para o convívio do príncipe e da princesa.

 

Composições de Dom Pedro

No que diz respeito à atuação de Dom Pedro como compositor, há inúmeras referências, tanto na música sacra quanto na secular. Uma de suas obras mais importantes é “Sinfonia e Te Deum”, composta em 1821, que D. Leopoldina enviou para seu pai, Francisco I da Áustria. Tão inspirada quanto surpreendente, a peça traz ousadias, como o trecho em que o compositor suspende a orquestra e deixa o coro cantar a capela, e o fugato no “In te Domine”, baseado num tema brejeiro, que faz lembrar uma modinha.

Quanto à música secular, várias obras suas foram executadas mesmo na Europa, algumas sob regência do compositor italiano Gioachino Rossini (1792-1868), que se tornou amigo do Imperador.

Infelizmente, a maior parte das obras compostas por Dom Pedro está perdida, especialmente as que compôs para a Fazenda de Santa Cruz no Rio de Janeiro, mas sabe-se que foi um compositor muito interessante, nada desprovido de criatividade ou musicalidade.

 

Hino da Independência

De acordo com uma versão divulgada por Eugênio Egas em 1909, a música do Hino da Independência teria sido composta por Dom Pedro na tarde do mesmo dia da Independência do Brasil, tendo sido partiturada às pressas pelo mestre de capela da Catedral de São Paulo, André da Silva Gomes, para execução na mesma noite por cantores e uma pequena orquestra. Essa versão, no entanto, é refutada pela maioria dos historiadores.

A letra foi extraída do poema “Hino Constitucional Brasiliense”, escrito pelo escritor, poeta, jornalista e livreiro Evaristo Ferreira da Veiga (1799-1837) em agosto de 1822, como uma demonstração de seu apoio à almejada independência brasileira. Patrono da Academia Brasileira de Letras, Evaristo da Veiga desenvolveu carreira na política e elegeu-se deputado por Minas Gerais.

O poema tornou-se popular e recebeu uma melodia composta por Marcos Antônio da Fonseca Portugal, em 1822. Dom Pedro I, em 1824, apaixonou-se pelos versos e resolveu compor ele mesmo uma música para o poema, criando assim aquele que se tornaria o Hino da Independência. A participação do imperador foi tão valorizada nesse episódio que, durante quase uma década, não só a música, mas também a letra foi atribuída a ele.

Depois da abdicação de D. Pedro I, em 1831, a canção perdeu popularidade – principalmente porque o reinado de D. Pedro I foi extremamente impopular – e, em 1833, Evaristo da Veiga precisou reivindicar seus direitos, comprovando ser o autor dos versos.

O Hino acabou perdendo sua condição de símbolo nacional e só voltou a ser executado nas comemorações do centenário da Independência, em 1922. Seu resgate, no entanto, ocorreu na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, por obra do ministro Gustavo Capanema. Na ocasião, oficializou-se a melodia de D. Pedro I como a original para a canção.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


*


A Fritz Dobbert se preocupa com você e sua privacidade

O nosso site usa cookies e outras tecnologias para personalizar a sua experiência e compreender como você e os outros visitantes usam o nosso site.
Ao navegar pelo site, coletaremos tais informações para utilizá-las com estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.

Aceito