Muitas são as escolas e diversas as técnicas empregadas para alcançar um resultado que una boa sonoridade, agilidade e pouco esforço na execução pianística. O que todas elas têm em comum, no entanto, é a orientação sobre qual a melhor posição dos dedos no piano, sobre as suas teclas e como estas devem ser acionadas.
Fato é que manter os dedos arredondados é premissa de todas elas, pois essa é a posição em que os músculos trabalham de maneira mais livre, ao mesmo tempo em que suportam o peso da mão e do braço do pianista, responsável, em grande parte, pela sonoridade. Com os dedos arredondados, é possível acionar as teclas com a ponta deles, e não com as falanges, o que garante agilidade e segurança, além de uma movimentação mais livre nas passagens do polegar sob os outros dedos da mão e destes sobre ele.
O contrário disso, ou seja, tocar com os dedos esticados, dificulta a ação dos nervos dos dedos, exige um maior comprometimento dos músculos da mão e obriga o músico a adotar uma posição incômoda para o pulso, o que pode acarretar consequentes dores e problemas mais sérios como LER e DORT.
Diferenças entre os dedos
Obviamente nem todos os dedos são iguais. Além de tamanhos diferentes, a posição em que se encontram nas mãos, fatores anatômicos e possibilidades de movimento influenciam de maneira decisiva sobre como devem atuar e serem trabalhados.
As principais dificuldades em relação à postura, geralmente, estão relacionadas ao quinto dedo, o mínimo. Ao contrário dos outros dedos, balizados por seus vizinhos, o quinto tem a lateral livre, o que leva o músico a “deitá-lo” sobre a tecla, utilizado todo ele para o toque e não apenas ponta.
Esse hábito faz que se perca agilidade por conta da rotação indesejada do pulso, movimento desnecessário que gasta energia inutilmente. A posição ideal é que o quinto dedo acione as teclas com a ponta, em movimento paralelo ao indicador, o médio e o anular.
Também deve-se ficar atento à posição do primeiro dedo, o polegar, que, por estar em oposição aos outros para realizar a ação de pinça, deve ser movimentado de forma a acionar as teclas com a lateral da falange, mas com movimento também paralelo aos outros dedos, ou seja, de cima para baixo e não lateralmente.
Em relação ao indicador, o médio e o anular, o cuidado deve ser em não os deixar se curvarem, “quebrando” as falanges para dentro (veja imagem), mas mantendo as articulações voltadas para fora, preservando a posição arredondada. Curvar os dedos para dentro, além de obstruir o movimento, pode ocasionar lesões e, dependendo da intensidade da música, problemas mais sérios, como traumas.
Motivo de preocupação dos professores desde as primeiras aulas dos iniciantes, a correta posição dos dedos no piano garante agilidade, flexibilidade, segurança e resistência, permitindo tanto o controle completo sobre a sonoridade, quanto a execução ininterrupta por muito tempo sem fadiga muscular.