Entenda porque o piano é um ótimo instrumento para o estudo da percepção musical. Veja como ele deve ser utilizado e as melhores formas para o seu estudo!
O piano na percepção musical
Um dos maiores desafios para aqueles que pretendem se dedicar profissionalmente à música é a prática auditiva, mais conhecida como percepção musical. Um ouvido bem treinado é o conhecimento prático-teórico entre o que se ouve e o conhecimento técnico, é imprescindível para quem quer “tirar de ouvido” qualquer música, acompanhar um cantor sem nem mesmo ter estudado a partitura, improvisar de forma interessante dentro de determinada linguagem musical ou, até mesmo, fazer arranjos e compor.
A percepção musical trata da capacidade de ouvir e reconhecer o que se está ouvindo, com a possibilidade até mesmo de escrever em notação musical as notas produzidas. Da mesma forma, faz parte desse conhecimento reproduzir o que se lê em partitura, entoando as notas com afinação e ritmo precisos.
Essas habilidades, de natureza nata em algumas pessoas, podem ser adquiridas por qualquer estudante que se dedique a praticar. A ajuda de um professor e metodologia apropriada são auxiliares de muita valia nessa empreitada. Mas não apenas isso garante o treinamento auditivo eficaz e eficiente: o uso de ferramentas como softwares, gravações e outros artifícios facilitam – e muito – essa aquisição. Entre as ferramentas insubstituíveis nesse estudo estão os instrumentos musicais e, entre eles, o piano merece destaque.
O piano como ferramenta para o estudo
O piano talvez seja o instrumento mais utilizado como auxiliar no estudo da percepção musical. Isso ocorre porque o piano é um instrumento de afinação fixa e não transpositor, diferentemente dos instrumentos de sopro e de cordas, por exemplo, em que pode haver variações. Se bem afinado, o piano garante uma relação correta entre as notas dentro do sistema temperado – o mais utilizado na música ocidental – oferecendo referências confiáveis para o treinamento auditivo. E, nesse ponto, os modelos digitais ainda são mais perfeitos, pois têm afinação fixa garantida por circuitos eletrônicos.
Além disso, o fato de o piano ter 88 teclas – uma para cada nota, sem repetições – facilita tanto para o aluno quanto para o professor a correta definição de altura das notas, incluindo a oitava em que se situam. Além disso, auxilia na visualização de intervalos e, até mesmo, distribuição de notas de acordes, simplificando o estudo da harmonia e, também, do contraponto.
Ainda contam a favor do piano como principal auxiliar no estudo da percepção musical a grande projeção sonora – que faz que seja ouvido com clareza mesmo em ambientes maiores – e a ampla disseminação dele como instrumento complementar para todos os músicos, o que garante que qualquer um saiba, pelo menos, reproduzir algumas poucas notas, o suficiente para a reprodução de intervalos, escalas, acordes e outros elementos necessários à prática auditiva. Além disso, já em um estágio mais avançado, o piano permite a audição de harmônicos, mais difíceis de serem percebidos em outros instrumentos.
Por fim, é importante lembrar que o piano, por todas as razões acima, também pode ser um ótimo companheiro para quem estuda sozinho, sem o auxílio de um professor, por ser fonte confiável de afinação e relação entre as notas. Bastam alguns conhecimentos básicos da localização das notas para que se faça uso dele como ferramenta principal para o estudo da percepção musical.