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Origem do Ragtime

O piano ragtime

O ragtime é um estilo musical que teve seu auge no fim do século 19 até o início do século 20. Considerado o primeiro gênero musical autenticamente norte-americano, é geralmente escrito em compassos de subdivisão binária e apresenta uma melodia sincopada sobre um baixo ritmicamente estável.

Ragtime

Uma composição nesse estilo é geralmente composta por três ou quatro seções contrastantes, cada uma com 16 ou 32 compassos de comprimento. É considerado o equivalente americano para o piano dos minuetos de Mozart, das mazurcas de Chopin ou das valsas de Brahms e influenciou compositores eruditos como Erik Satie, Claude Debussy e Igor Stravinsky, além de ser fundamental, ao lado do blues, para a evolução do jazz.

O estilo é caracterizado pelo ritmo sincopado, em que o acento é inesperadamente colocado no tempo fraco de um compasso, como o segundo e o quarto em 4/4. Esse estilo, de certa forma “excêntrico”, tornou-se famoso na virada do século 20 com canções escritas por Scott Joplin – como “The Entertainer” e “Maple Leaf Rag” – que influenciaram muitos compositores com seus padrões harmônicos e linhas melódicas.

Mas não é assim fácil definir o ragtime. Assim como ocorre no jazz, os compositores, praticantes e admiradores de ragtime veem suas fronteiras de maneira diferente.

Origens do ragtime

Origem do Ragtime

O ragtime tem suas origens em comunidades afro-americanas de cidades como St. Louis, nos Estados Unidos. Ernest Hogan (1865-1909) foi o primeiro compositor a ter suas peças de ragtime (ou “rags”) publicadas como partituras, começando com a música “La Pas Ma La” publicada em 1895. A ele se credita a invenção do termo “ragtime”, derivado de sua cidade natal, o distrito de Shake Rag, em Bowling Green, Kentucky.

Mas a palavra provavelmente surgiu como uma descrição do compasso musical.  Fazia parte do costume do final do século 19 nos Estados Unidos usar “time” (tempo) como sufixo para descrever um tipo de música pelas características de seu ritmo. As valsas eram descritas como “in waltz-time” (tempo de valsa) e as marchas como “March-time” (tempo de marcha), termos que descreviam a fórmula de compasso, o ritmo básico e o estilo. O termo, portanto, parece ser uma contração de “ragged time”, um estilo de tocar piano ou banjo em que a melodia é “quebrada” em ritmos curtos e sincopados. Costuma-se dizer também que o ragtime foi uma modificação do estilo de marcha popularizado por John Philip Sousa, com polirritmias adicionais provenientes da música africana.

Ben Harney, outro nativo do Kentucky, foi o responsável por divulgar o nome para o público. Sua composição “You’ve Been a Good Old Wagon But You Done Broke Down” – publicada em 1896, alguns meses depois de “La Pas Ma La”, de Hogan – ajudou a popularizar o estilo, pois a capa da partitura trazia um banner proclamando “o introdutor no palco do novo popular Rag Time”.

Scott Joplin, o compositor e pianista conhecido como “Rei do Ragtime”, chamou o efeito da melodia sincopada de “estranho e intoxicante”. Em 1899, “Maple Leaf Rag”, de sua autoria, foi publicada e se tornou um grande sucesso demonstrando mais vigor e sofisticação do que rags antigos. O Ragtime foi uma das principais influências no desenvolvimento inicial de jazz (juntamente com o blues). Alguns artistas, como Jelly Roll Morton, fizeram apresentações tanto no estilo ragtime quanto no jazz durante o período em que os dois gêneros se sobrepuseram.

A melodia sincopada

A figura rítmica semicolcheia, colcheia-semicolcheia é a síncope mais comum encontrada no ragtime. Ela vem do “cakewalk”, uma dança popularizada no palco por menestréis do fim do século 19 e que muitas vezes servia como final do show.

As exigências técnicas para tocar o ragtime, principalmente as obras de Joplin, não são desprezíveis. Sustentando a melodia sincopada, a mão esquerda executa baixos e acordes em diferentes regiões do piano, o que, de certa forma, originou o estilo chamado Stride Piano. Os compositores e intérpretes que desenvolveram esse estilo no Harlem, em Nova York, no início do século 20 – como James P. Johnson, Thomas “Fats” Waller, C. Luckyeth “Lucky” Roberts e outros – estavam certamente bem familiarizados com o ragtime e usavam seus componentes como ponto de partida.

Maple Leaf Ragtime

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