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Acabamento das Teclas do Piano

O acabamento das teclas do piano: ébano, marfim e novos materiais

Confira, neste artigo, mais sobre o acabamento das teclas de um piano, desde como era no passado até os dias de hoje, onde novos materiais estão sendo aplicados.

Acabamento das Teclas do Piano

Apesar de os princípios do piano como o conhecemos hoje terem sido inventado por Bartolomeo Cristófori por volta do ano 1710, o instrumento só se tornou realmente popular de meados para o fim do século 18, graças, em grande parte, à prolífica família Bach. Essa popularização fez que todas as salas de estar refinadas ostentassem, no mínimo, um piano vertical. E isso fez que a demanda pelos materiais constitutivos do instrumento aumentasse drasticamente.

Tradicionalmente, as teclas mais longas do piano, as brancas, são tocadas com mais frequência do que as pretas. Por isso, antigamente, eram convencionalmente recobertas com tiras de marfim, que é um material muito resistente. As teclas pretas, por sua vez, não tão tocadas, eram recobertas de madeira escura, como pinheiro-alvar, abeto ou ébano.

Cantada em verso e prosa, a união “ébano e marfim” rendeu ótimos frutos e foi escolhida por conta da durabilidade e da sensação táctil, mas por causa de sua origem, os materiais foram aos poucos sendo substituídos por outros, mais acessíveis, resistentes e menos danosos ao meio ambiente. Para entender o porquê, basta conhecer de onde eles vêm.

Acabamento em Ébano e Marfim

Ébano é uma madeira de lei escura, densa na composição e muito resistente, proveniente de árvores encontradas em regiões tropicais, principalmente na África e na América, mas também em algumas regiões da Ásia. Ao ser polida, fica reluzente com acabamento de brilho de alta qualidade e uniforme.

Foi muito utilizada na fabricação de mobiliário, objetos de decoração e de instrumentos musicais, como clarinete, flauta transversal de madeira, oboé e corne inglês, além de ter sido amplamente utilizada como revestimento das teclas pretas do piano.  É rara e está em extinção.

Marfim é o nome dado ao material branco-leitoso, translúcido a opaco, mais compacto que o osso, que forma as presas de animais como o elefante, o hipopótamo, o narval e a morsa. Essas presas são formadas por dentina, osso, cemento (tecido mole que recobre a raiz) e esmalte. Marfim mesmo é só o esmalte do dente dos elefantídeos, mas popularmente nomeia-se a presa inteira assim. Como todos os dentes, a presa já está pronta quando o bebê-elefante nasce, mas, a partir do momento em que surge, o crescimento completo dela leva de 10 a 12 anos.

O material tem sido importante desde a antiguidade para confeccionar uma série de itens, de esculturas a dentes falsos, dominós e peças de jogos, tubos de articulação, bolas de bilhar e, obviamente, o revestimento das teclas brancas de piano.

A extração e o comércio do marfim são as principais causas do decréscimo na população de elefantes, especialmente na África, e diversos governos já proibiram seu comércio. Mesmo assim, milhares de animais ainda são mortos anualmente.

Novos materiais para as teclas do piano

Teclas do Piano

O revestimento plástico das teclas foi introduzido por volta de 1929, graças ao desenvolvimento da tecnologia desse material. Os plásticos eram mais fáceis de trabalhar e menos propensos aos danos causados pelo uso extensivo e pelas amplas mudanças de temperatura que facilmente danificavam o marfim.

Além disso, o material era mais barato e, em face do grande crash do mercado de ações de 1929 que lançou os Estados Unidos na Grande Depressão, os fabricantes de pianos sobreviventes estavam procurando por todos os meios possíveis para tornar o piano mais acessível.

Mesmo após a recuperação da economia, a oferta de material foi reduzida por causa do início da Segunda Guerra Mundial e os pianos produzidos durante esse período seguiram o mesmo mantra de ser um investimento acessível. Na década de 1950, a maioria dos fabricantes de pianos havia mudado para o plástico e, mais tarde, em 1989, o marfim foi totalmente proibido, fazendo do plástico o revestimento principal.

Por conta do desenvolvimento de materiais mais resistentes, duráveis e bem adaptados à prática musical, os pianos modernos são obras-primas de última geração em design e inovação. Atualmente, as teclas são construídas de madeira maciça e revestidas com materiais de resposta igual, se não superior, ao marfim e ao ébano em termos de toque e capacidade de resposta.

A maioria dos modelos é fabricado com acrílico nas teclas brancas e poliestireno nas teclas pretas, simulando propriedades dos componentes orgânicos, como textura, porosidade e até mesmo aparência. Alguns tipos de plástico imitam muito bem o marfim, até mesmo com “veias” na superfície, o chamado marfim sintético.

Entre os mais modernos avanços em termos de componentes, a Kawai desenvolveu uma matéria-prima exclusiva chamado NEOTEX para revestimento das teclas. O material, resistente a rachaduras e desbotamento, é produzido a partir de fibras de celulose e utilizado tanto nas teclas brancas quanto nas pretas, resultando em uma superfície lisa, porém com textura que sutilmente recria a sensação táctil do marfim e do ébano ao longo de todo o teclado. O material é antiestático, o que evita o acúmulo de poeira sobre as teclas, e sua microporosidade tem a característica de absorver a oleosidade natural da pele e a umidade resultante da transpiração, o que oferece mais segurança para o pianista.

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