Originário de instrumentos simples como a harpa, o piano se transformou em uma máquina complexa, capaz de produzir uma infinidade de nuances e sonoridades, graças ao desenvolvimento de novas tecnologias desenvolvidas por diversos fabricantes e implantadas nele durante séculos.
Em seu formato atual, o piano pode ter mais de 6 mil peças que funcionam em perfeita harmonia para produzir seu potente e rico timbre. O piano um instrumento de cordas percutidas e seu mecanismo é responsável por transmitir o movimento do músico a elas, para que vibrem e produzam som.
A corda do piano se divide basicamente em três partes. A primeira inicia-se na cravelha (onde é realizada a afinação, ou seja, o ajuste das frequências de vibração das cordas) e termina no agrafe (ponto fixo de sustentação da corda). A segunda, que se inicia no agrafe e termina no cavalete, é a parte da corda que, ao ser percutida pelo martelo, vibra.
Essa vibração é transmitida pelo cavalete à tábua harmônica, responsável pela transferência dessa energia vibratória para o ar. A terceira parte da corda se inicia no cavalete e termina nos aliquots ou cavilhas. Normalmente, as extremidades da corda, acima e abaixo da seção vibratória, são silenciadas com feltro, para que não vibrem.
O sistema Duplex Scale, existente nos melhores pianos, permite que, além da região das cordas percutidas pelos martelos, responsável pela vibração e consequente produção do som, as extremidades entre o cavalete e os aliquots também vibrem, simpaticamente, produzindo harmônicos que intensificam a sonoridade e enriquecem o timbre.
Duplex Scale e harmônicos
Quando uma corda de piano é percutida pelo martelo, ela passa a vibrar em determinada frequência, ou seja, um determinado número de vezes por segundo, o que determina sua afinação ou a nota que é gerada. Essa é chamada de frequência fundamental.
Além dela, a corda emite outras, de intensidade bem menor, que são determinantes para a construção do timbre do instrumento e estão em relação direta com ela, chamadas frequências de ressonância ou harmônicos, que seguem uma ordem pré-determinada pelas leis da acústica. Os harmônicos têm grande importância na música, pois, a partir deles, surgiram os intervalos naturais e as escalas musicais.
Ressonância, por sua vez, é o fenômeno em que as vibrações geradas por um sistema (como uma corda de piano, por exemplo) conduz outro (como a extremidade da corda, isolada dela pelo agrafe) a oscilar. Ambas as vibrações geram sons, de maior ou menor intensidade, enriquecendo o timbre do instrumento.
Quando projetada adequadamente, a Duplex Scale é afinada para um intervalo fixo da frequência da corda, como uma quinta, um décima-segunda, uma oitava ou duas oitavas. A maioria dos pianos com esse recurso tem esse valor ajustado na fábrica, mas em alguns modelos essa parte da corda também pode ser afinada.
A maioria dos pianos que contêm Duplex Scale normalmente a apresentam na parte posterior da corda. Alguns modelos têm dois conjuntos de Duplex Scale, sistema chamada Dual Duplex, que combina a região duplex frontal (entre as cravelhas e o agrafe) com a região duplex traseira (entre os aliquots e o cavalete), acrescentando ainda mais riqueza harmônica, cor, brilho, complexidade e sustentação à sonoridade do piano.
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