Há a lenda de que para um pianista se formar é necessário que ele estude 9 horas por dia. Apesar de, em parte, isso ser verdadeiro, apenas se aplica a quem pretende ser um concertista, dominando todas as técnicas e desenvolvendo uma virtuosidade ímpar. Mas, na realidade, nem nesses casos tanto tempo de estudo diário é necessário, desde que a rotina seja bem organizada. A maioria dos pianistas afirma que uma média de 5 a 6 horas de estudo é suficiente para formar um virtuose.
Como atualmente pouquíssimas pessoas tem tanto tempo para o estudo, e menos ainda são as que pretendem ou podem se dedicar exclusivamente ao piano, é fundamental que os poucos momentos em que o músico tenha contato com o instrumento sejam extremamente proveitosos e prazerosos. E é importante lembrar que vale mais uma hora de estudo todos os dias do que 6 horas uma vez na semana: a constância é muito mais importante e traz resultados muito melhores.
Para auxiliar nesses momentos, elaboramos uma série de dicas que podem fazer uma hora bem estudada render mais que 5 ou 6 desperdiçadas em repetições inúteis.
1 – Separe uma hora do dia para o estudo
Nada pior do que o telefone tocar naquele momento em que se venceu uma dificuldade e se conseguiu tocar um trecho difícil. A perda da concentração, muitas vezes, faz que o esforço realizado seja inútil. Por isso, é aconselhável separar uma hora do dia para a dedicação ao estudo com foco e tranquilidade, algo difícil atualmente. Deixe o bombardeio de informações de lado por alguns instantes e deleite-se com o aprendizado musical.
2 – Divida seu tempo
Se você tem uma hora para estudar, é bom que ela seja bem aproveitada. Então, divida o tempo de forma a conseguir dar atenção às várias tarefas e atingir seus objetivos como pianista.
Não é necessário que essa hora de estudos seja completamente ocupada com estudos de técnica, escalas e arpejos, mas separe 10 minutos para isso.
Além de preparar o pianista para vencer as dificuldades, esses exercícios servem como aquecimento para a musculatura de dedos, mãos e braços, tornando-os aptos a realizarem o esforço que vem a seguir. E a cada dia se pode escolher um exercício, como praticar uma escala ou arpejo, ou um dos estudos de Hanon.
3 – Aprenda coisas novas
Depois de estudar 10 minutos de técnica, separe meia hora para o estudo de músicas novas, a fim de ampliar seu repertório. A vontade sempre é de tocar o que já se domina, mas haverá tempo para isso antes do fim de sua hora de estudos.
Aproveite para aprender novos acordes, tonalidades, dedilhados, padrões, melodias e tudo o mais que faz parte da prática pianística, além de exercitar o que já foi aprendido de forma a tornar a execução fácil e natural. Para isso, preste atenção às próximas dicas e veja como turbinar seu estudo.
4 – Verifique a tonalidade
Grande parte dos alunos tem certa dificuldade com sustenidos e bemóis. Por isso, antes de começar a estudar qualquer música, verifique a tonalidade e perceba quais notas sofrem alteração. Conforme os estudos de técnica avançam pelas escalas, mais fácil se torna esse reconhecimento e mais facilidade o pianista tem na execução.
5 – Estude mãos separadas
Principalmente em trechos que apresentem alguma dificuldade técnica ou novidade, é imprescindível o estudo das mãos separadamente, a fim de analisar o movimento que devem fazer, qual o melhor dedilhado e quais os pontos que merecem mais atenção. Somente depois de dominar a execução de cada mão separadamente é que se deve tentar juntá-las. Pode parecer que isso gasta mais tempo do que sair tocando as mãos juntas, mas, acredite, o resultado é muito melhor. E mais rápido!
6- Escolha e anote o dedilhado
Em trechos em que há muitas passagens e trocas de dedos, verifique qual o melhor dedilhado para a sua mão e anote na partitura. Não é necessário – nem aconselhável – escrever os números dos dedos de todas as notas, mas apenas naquelas em que ocorre algo diferente.
Dessa forma, você se disciplina a usar sempre o mesmo dedilhado, o que facilita o aprendizado e torna o movimento mais automático. E se você perceber que mesmo assim ainda há dificuldades, verifique se um outro dedilhado é mais confortável. Se esse for o caso, apague o dedilhado anterior e anote o novo.
7 – Utilize o metrônomo
A tendência de qualquer pianista frente a uma dificuldade é tocar mais devagar, de modo a ter mais tempo para pensar e posicionar as mãos. Isso se torna um hábito e, mesmo em apresentações, é plenamente perceptível. Para que isso não ocorra, procure estudar sempre utilizando metrônomo (ou, em pianos digitais, um ritmo eletrônico que se adeque à música). Além de tornar o estudo mais dinâmico, essa prática condiciona o pianista a tocar no tempo e o obriga a vencer as dificuldades técnicas.
8 – Não estude o erro
É muito comum o pianista repetir um trecho indefinidamente até que consiga tocá-lo sem errar. O que ocorre, no entanto, é que, com esse hábito, o pianista está repetindo – e estudando – o erro, tornando-o cada vez mais automático. Dessa forma, em vez de corrigi-lo, o estudante o está reforçando. Se há algum trecho que você não consegue tocar sem errar, verifique qual a dificuldade.
Pode ser apenas uma escolha errada de dedilhado ou alguma dúvida em relação à divisão dos tempos. Também pode ser um problema de coordenação entre as mãos, que um estudo de mãos separadas rapidamente pode resolver. Lembre-se: tudo que é repetido é assimilado. Não estude o erro!
9 – Relembre seu repertório
Depois de 40 minutos estudando técnica e aprendendo coisas novas, é momento de lembrar das músicas que já toca e manter seu repertório. Esse talvez seja o momento mais relaxante e prazeroso de sua hora de estudos, por isso é deixado para o fim. Toque as músicas de que gosta e que domina, veja se há algo diferente que possa ser feito, cante junto, divirta-se!
10 – Conheça coisas novas
Separe 5 minutos no fim de seu estudo para praticar a leitura à primeira vista, tentar acompanhar, tocando, um vídeo na internet ou ouvir alguma gravação. Use isso como inspiração para sua próxima sessão de estudos e seus próximos objetivos na música.
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Venho agradecer as dicas assinaladas para o estudo de quem deseja sentir-se com bom desempenho para se envolver por completo com tudo que o piano pode proporcionar a alma do pianista mesmo de nível intermediário (avançado) , que anseia por sentir-se satisfeito no seu desempenho musical. Quem tem o dom por natureza musical busca tudo que se relaciona com ela pois passa a ser inerente ao sua vivencia !
Basta conhecer o que os Compositores do passado, puderam nos transmitir até por pensamentos através de suas composições. Devemos nos sentir abençoados por isso.
Com certeza Claudio! Aqui em nosso blog temos vários conteúdos sobre grandes pianistas, tanto nacionais quanto internacionais. Dê uma olhada nessas incríveis histórias!
Venho agradecer as dicas assinaladas. Tudo que desejo é sentir-me com bom desempenho para o envolvimento completo que o piano pode proporcionar a alma , mesmo quem é de nível intermediário (avançado) e que tem ansiedade em ver seu desempenho com sucesso . É valido por Natureza o dom musical de cada um porque sempre deseja se relacionar com ela!
Basta conhecer o que os compositores do passado puderam nos transmitir até por pensamentos! Devemos nos sentir abençoados por isso.
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Ótimas dicas.
Estava meio perdido e tentando me adequar no meu estudo. Agora posso dizer que posso aproveitar melhor meu momento com as teclas.
Muito obrigado pelas informações!
Por nada, Carlos 😀
gosto muito de receber as informações, orientações, conselhos, lembretes, enfim tudo ajuda em muito o estudo do piano!! parabens, continuem com esse belo trabalho!!!!!! gratisima
Muito obrigado pelo carinho. Continuaremos, pode deixar 😀
Muito interessante esse blog.
Quero acessá-lo sempre que precise.
Obrigada.
Olá Iracelia, que bom que gostou!! Tem conteúdo novo toda semana e, se você estiver inscrita em nossa newsletter, recebe os conteúdos todo mês em seu e-mail. Aproveite 🙂