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Carl Czerny

Carl Czerny, o pai da moderna técnica pianística

Carl Czerny

Adorado e odiado pelos estudantes de piano, os livros de Czerny são material obrigatório para todos aqueles que desejam se dedicar seriamente ao instrumento. Mas, embora seu nome seja citado em qualquer relação de estudos, poucos sabem quem foi Carl Czerny, pianista, compositor e autor.

Continue a leitura e veja quem foi Carl Czerny!

Início da vida de Czerny

Carl Czerny nasceu em Viena em 21 de fevereiro de 1791, numa família de origem checa. Seu pai, Václav Czerny, chegou a Viena de Nymburk, Boêmia, e sua mãe era da Morávia, sendo que Carl só aprendeu alemão depois de completar dez anos. Seu avô era violinista em Nymburk, perto de Praga, e seu pai, Wenzel, era oboísta, organista e pianista.

Quando Czerny tinha seis meses, seu pai conseguiu um emprego como professor de piano em uma mansão polonesa e a família mudou-se para a Polônia, onde viveu até 1795, quando retornaram à Viena em 1795.

Sua relação com o piano e com composição

O pequeno Carl começou a tocar piano aos três anos e a compor aos sete anos. Seu primeiro professor de piano foi seu pai, que lhe ensinou principalmente Bach, Haydn e Mozart. Sua primeira apresentação pública foi em 1800, interpretando o Concerto para Piano nº 24 em dó menor de Mozart. Recebeu lições de piano de Johann Nepomuk Hummel e Antonio Salieri, e participou em cursos que Muzio Clementi manteve em Paris, Viena, São Petersburgo, Berlim, Praga, Roma e Milão.

Em 1801, Wenzel Krumpholz, compositor e violinista tcheco, agendou uma apresentação para Czerny na casa de Ludwig van Beethoven. O compositor alemão pediu que a criança tocasse a Sonata Patética, ficou impressionado com o resultado e o aceitou como aluno. Czerny permaneceu sob a tutela de Beethoven até 1804 – e esporadicamente depois disso – e manteve amizade com o alemão ao longo de sua vida – as cartas trocadas entre eles fornecem muitas referências e detalhes importantes sobre Beethoven.

Além disso, deu aulas de piano ao sobrinho do mestre, Carl. Czerny foi escolhido por Beethoven, em 1806, para a estreia do Concerto para Piano nº 1 e, em fevereiro de 1812, estreou o Concerto para Piano “Imperador”.

 

Início da carreira

Aos quinze anos, Czerny iniciou sua carreira de professor, obtendo muito sucesso. Baseando seu método no ensino nos de Beethoven e de Muzio Clementi, ministrava até doze aulas por dia nas casas da nobreza vienense. A lista de alunos incluia Theodor Döhler, Stephen Heller, Sigismond Thalberg e Ninette de Belleville.

Em 1819, o pai de Franz Liszt trouxe o filho para estudar com Czerny, que ficou tão impressionado com o menino que o ensinou gratuitamente. Franz Liszt se tornou seu aluno mais famoso. Liszt, mais tarde, retribuiu essa confiança apresentando composições de Czerny em muitos de seus recitais em Paris, e, em 1852, seus Études d’exécution transcendante foram publicados com uma dedicatória ao mestre.

Czerny e sua trajetória em composição

Carl Czerny deixou Viena apenas para fazer viagens à Itália, França e Inglaterra. Depois de 1840, se dedicou exclusivamente à composição, escrevendo muitos exercícios para o desenvolvimento da técnica pianística, projetados para cobrir desde as primeiras lições para crianças até as necessidades do virtuose mais avançado.

Entre os títulos lançados estão 100 Estudos Progressivos sem Oitavas, Op. 139, 125 Exercícios para treinamento da passagem de dedo, Op. 261, A escola da velocidade, Opus 299, 40 Exercícios, Op. 337, Método prático para Iniciantes, Op. 599, Escola Preparatória da velocidade, Op. 636, 24 Estudos para a mão esquerda, Op. 718, A Arte da Destreza dos dedos, Op. 740, Estudo para os cinco dedos, Op. 777, 160 Exercícios de 8 compassos, Op. 821, O Pequeno Pianista, Op. 823 e 30 Novos estudos e técnicas, Op. 849.

Ele foi um dos primeiros compositores a usar “estudo” como título. Mas seu trabalho como compositor não está restrito apenas à música para piano, embora seja abundante para esse instrumento, com estudos, noturnos e sonatas. Sua produção abrange missas e música coral, sinfonias, concertos, canções, quartetos de cordas e composições para outras formações de câmara.

Carl Czerny

Morte do pianista

Czerny morreu em Viena aos 66 anos. Nunca se casou e não tinha parentes próximos. Deixou sua grande fortuna para instituições de caridade (incluindo uma instituição para surdos), sua governanta e a Sociedade dos Amigos da Música em Viena, depois de providenciar a realização de uma missa de Réquiem em sua memória.

Como professor, pode ser considerado o pai da moderna técnica pianística, quando se leva em conta que muitos de seus alunos, como Theodor Leschetizky, Franz Liszt e Theodor Kullak, também se tornaram professores e repassaram seu legado, estando nessa genealogia pianística nomes como Moritz Moszkowski, Wanda Landowska, Sergei Prokofiev, Sergei Rachmaninoff, Claudio Arrau, Georges Cziffra, Daniel Barenboim, Van Cliburn e Leon Fleisher, entre outros.

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