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Fanny Hensel-Mendelssohn

Fanny Hensel-Mendelssohn – A primeira importante compositora do romantismo

Fanny Hensel-Mendelssohn

Por conta do preconceito e das tradições que imperaram nas diferentes épocas da história da música, o papel da mulher como compositora ou mesmo intérprete foi frequentemente enfraquecido, tendo os homens assumido o protagonismo nessas atividades, assim como em muitas outras. 

Nesse contexto, logo vem à mente a figura da brasileira Chiquinha Gonzaga, que se destacou na música popular no fim do século 19 e que enfrentou todos os preconceitos da sociedade patriarcal e escravista para se firmar como pianista, compositora, regente e, por fim, líder de classe em defesa dos direitos autorais.

Mas a composição do período romântico teve representantes mulheres também na Europa. Grandes mentes femininas se insurgiram contra a sociedade – e, até mesmo, a proibição de pais e maridos – e deixaram um legado de importantes obras que, se à época não foram devidamente valorizadas, atualmente sobrevivem por conta de sua qualidade.

Uma dessas grandes mentes femininas foi a Fanny Hensel-Mendelssohn. Conheça a história dela na leitura desse artigo!

Quem foi Fanny Hensel-Mendelssohn?

Considerada a primeira compositora importante da história da música, a pianista Fanny Cäcilie Mendelssohn – irmã do também compositor Felix Mendelssohn (o responsável pelo ressurgimento da obra de J. S. Bach) – nasceu em 14 de novembro de 1805 em Hamburgo, na Alemanha.

Suas composições incluem um trio e um quarteto de piano, uma abertura orquestral, quatro cantatas, mais de 125 peças para piano e mais de 250 lieder, muitas das quais não foram publicadas em vida.

 

Como Fanny Hensel-Mendelssohn iniciou na música

Fanny recebeu as primeiras lições de piano de sua mãe, por meio dos escritos de Johann Kirnberger, um aluno de Bach.

Assim, aos 14 anos de idade, já podia tocar de memória todos os 24 prelúdios de O Cravo Bem Temperado, e ela o fez em homenagem ao aniversário de seu pai em 1819.

Presa aos preconceitos da época, a família teve vergonha do fato de que Fanny queria ser compositora e não somente dona de casa em uma família tradicional de classe média alta e, embora elogiada por sua técnica ao piano, ela raramente fazia apresentações públicas.

Por conta disso e das convenções sociais da época sobre os papéis femininos, várias de suas obras foram publicadas como de seu irmão, nos Opus 8 e 9 dele.

 

Fanny Hensel-Mendelssohn constrói sua família

Depois de estudar brevemente com a pianista Marie Bigot em Paris, Fanny Hensel-Mendelssohn e seu irmão Felix receberam aulas de piano de Ludwig Berger e de composição de Carl Friedrich Zelter.

Em 1829, depois de um namoro de vários anos, Fanny se casou com o pintor Wilhelm Hensel e, no ano seguinte, deu à luz seu único filho, Sebastian Ludwig Felix Hensel.

O marido apreciava as atividades musicais da esposa e ela teve oportunidades de organizar apresentações em casa.

A certa altura, em uma carta de 1831 a Goethe, Zelter descreveu a habilidade de Fanny como pianista com os maiores elogios para uma mulher da época: “… ela toca como um homem.”

 

Estreia pública

Sua estreia pública ao piano (uma das três apresentações públicas conhecidas, de acordo com o estudioso R. Larry Todd) se deu em 1838, quando ela tocou o Concerto para Piano nº 1. de seu irmão.

Em 1846, apesar da contínua ambivalência de sua família em relação a suas ambições musicais, após abordagens de duas editoras de Berlim – e sem consultar Felix – ela decidiu publicar uma coleção de suas canções (como Op. 1), com o nome de casada, Fanny Hensel Mendelssohn-Bartholdy.

 

 

Ao longo de março de 1847, Fanny teve muitos encontros com Clara Schumann, enquanto trabalhava em seu Trio para Piano Op. 11 (Clara havia concluído recentemente seu próprio Trio para Piano Op. 17, que ela pode ter pretendido dedicar a Fanny).

Em 14 de maio desse mesmo ano, Fanny Hensel-Mendelssohn morreu, vítima de complicações de um acidente vascular cerebral.

 

Divulgação das suas obras com o seu nome

Nos seis meses antes de sua morte, Felix tentou garantir que sua irmã recebesse o reconhecimento que havia sido negado durante a maior parte de sua vida, coletando muitas de suas obras com a intenção de divulgá-las ao público por meio de sua editora, Breitkopf & Härtel.

Em 1850, a editora começou a distribuir as obras inéditas de Fanny Hensel-Mendelssohn, começando com Vier Lieder Op. 8.

Suas obras para piano costumam ser canções, e muitas levam o nome de Lied für Klavier (Canção para piano), análogo a Lieder ohne Worte (Canções sem palavras) de Felix.

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